O cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL) às eleições legislativas da Madeira, Nuno Morna, defendeu esta quarta-feira a criação de um complemento regional para antigos combatentes, a implementar “mais ou menos nos mesmos moldes” do complemento social para idosos.

A proposta pretende “minorar o sofrimento daqueles que deram a sua saúde, seja ela física ou mental, pela pátria, num momento particularmente difícil como foi a guerra colonial”, disse o líder da IL/Madeira, Nuno Morna, à margem de uma ação de campanha no Funchal, no âmbito das eleições regionais de domingo.

Acompanhado do presidente da IL, Rui Rocha, que aterrou hoje na ilha da Madeira para ajudar no apelo ao voto na IL, para haver “mudança” após 48 anos de governação do PSD na Região Autónoma da Madeira, e do cabeça de lista às eleições europeias de 9 de junho e ex-presidente do partido, João Cotrim Figueiredo, Nuno Morna fez campanha no Mercado dos Lavradores e nas ruas do centro do Funchal.

Com pouco mais de uma dezena de apoiantes e militantes, com bandeiras azuis da IL, a caravana visitou as bancas dos comerciantes, das flores ao peixe fresco.

No percurso encontrou o “senhor Reis”, que se apresentou como estando ligado à Liga dos Combatentes.

“Ninguém fala nos ex-combatentes. Há um partido que fala, mas nós não queremos votar nele”, referiu o madeirense, dizendo não querer “uma fortuna por aí além”.

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“Não queremos fortunas, só queremos é que se lembrem”, acrescentou.

Em resposta, Nuno Morna revelou que a IL/Madeira propõe a criação de um complemento regional para antigos combatentes e Rui Rocha sublinhou que até as eleições de domingo tem “quatro dias de boa reflexão”.

“Não quer votar ali, vote aqui”, sugeriu o presidente da IL.

Em declarações à agência Lusa, o cabeça de lista da IL às eleições regionais de domingo reforçou que não se pode esquecer e continuar a deixar para trás “estes homens, estes madeirenses, que tão bem representaram o país, que tão bem deram pelo país aquilo que o país lhes pediu”.

“Por isso, uma das propostas que nós vamos avançar é o complemento regional para antigos combatentes, mais ou menos nos mesmos moldes em que existe o complemento social para idosos”, explicou, adiantando que terá o valor de 80 euros por mês e que representará um investimento de cerca de três milhões de euros por ano.

Abordando um grupo de mulheres na esplanada de um café, a caravana da IL recebeu a indicação de que o problema dos madeirenses “é tudo falta de dinheiro”.

“Se tivermos pensões altas, as doenças acabam”, apontou uma madeirense reformada, tendo a comitiva da IL respondido que “os ricos também têm muitas doenças”.

“Isso é o peso do dinheiro”, retorquiu a mulher.

Questionado sobre a visita de duas figuras nacionais da IL para apoio à campanha eleitoral na região, Nuno Morna respondeu que são “dois grandes amigos”.

“Eu não tenho aqui o presidente do partido, nem tenho o candidato ao parlamento europeu. Tenho aqui dois grandes amigos meus, o Rui Rocha e o João Cotrim Figueiredo”, disse.

A propósito das eleições europeias, João Cotrim Figueiredo disse existir “um crescimento significativo da IL”, com o partido a aproximar-se de quem aparece em terceiro lugar nas sondagens, o Chega.

Relativamente ao empate técnico entre a Aliança Democrática (AD, coligação PSD/CDS/PPM) e o PS, Cotrim Figueiredo considerou que se deve ao “votar por hábito nas marcas dos partidos mais que os programas” que têm para o parlamento europeu, rejeitando “discursos redondos de ‘miss mundo’ sobre o que deve ser feito na Europa”.

Catorze candidaturas disputam no domingo os 47 lugares no parlamento regional da Madeira: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta, com 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto CDU, IL, PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e BE obtiveram um mandato cada.