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O cabeça de lista do CDS-PP às eleições legislativas da Madeira defendeu nesta quinta-feira a priorização do regresso de madeirenses emigrantes à região em vez de se “recrutar gente de fora”, ressalvando que os imigrantes devem ser acolhidos com humanidade.

Temos de ter rigor na entrada e humanidade na integração, e nem sempre isso tem acontecido. Temos cada vez mais imigrantes na Madeira, com uma cultura e com uma religião diferentes da nossa, com comportamentos e costumes diferentes dos nossos, e o que espero é que nós sejamos capazes de integrá-los”, afirmou José Manuel Rodrigues, à margem de um convívio com emigrantes madeirenses, num restaurante no Funchal, que juntou cerca de meia centena de apoiantes do CDS-PP.

No penúltimo dia de campanha para as eleições regionais de domingo, o líder do CDS-PP na Madeira sublinhou que a região tem sido ao longo da sua história uma terra de emigrantes, mas “agora também é uma terra de imigrantes”, manifestando preocupação com a saída de “milhares de jovens madeirenses” para procurar emprego fora.

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Para responder a esta questão, o CDS-PP propõe um salário base para os jovens licenciados na região, “à volta de 1.250 euros”; medidas para o acesso à habitação, inclusive bonificação dos juros no crédito habitação; e a aplicação do programa nacional Regressar, com vantagens fiscais como apoio ao regresso de emigrantes a Portugal.

Quanto à imigração na Madeira, José Manuel Rodrigues disse que “é um fenómeno muito recente” na região, “sobretudo imigração vinda do Nepal, da Índia, do Sri Lanka, do Bangladesh e do Paquistão”.

“Não estávamos preparados para esse fenómeno, sejamos claros, e sei que muitos deles não vivem em boas condições. Vivem em condições, nalguns casos, deploráveis e, portanto, temos de atuar, o governo regional, através dos seus departamentos, para combater aquilo que seja exploração dessas pessoas, se é que ela existe, não estou a dizer que ela existe, mas pode existir”, indicou o centrista, defendendo melhores condições de integração dos imigrantes, do ponto de vista social, habitacional e salarial.

O cabeça de lista do CDS-PP reforçou: “Se quisemos no passado que os nossos fossem bem acolhidos na Venezuela, na África do Sul, no Brasil, nos Estados Unidos e no Canadá, agora também temos, agora que precisamos de imigrantes, temos também de ser humanistas na integração desses mesmos imigrantes“.

Apesar de reclamar a boa integração dos imigrantes, José Manuel Rodrigues sugeriu que se deve, “de alguma forma, limitar” a imigração na região.

“Não limitar no sentido negativo do termo, mas no sentido de dizer que é muito melhor, julgo eu, para a economia da Madeira ter gente da Madeira a trabalhar na restauração e na hotelaria a atender turistas do que ter pessoas que nem sequer dominam a língua portuguesa e, portanto, é desse ponto de vista que digo que podemos ter os nossos a trabalhar na região em vez de estarmos a ter uma geração perdida para a emigração, em vez de estar a recrutar gente de fora da ilha que não temos condições para integrá-los com humanidade”, explicou.

Sobre as expectativas para as eleições de domingo, o líder do CDS-PP na Madeira afirmou “está fora de causa” o partido perder representação no parlamento regional, alertando para a tendência de “um desvio para a extrema-direita”.

“Estar a fazer aventuras em demagogias baratas da extrema-direita ou populismos fáceis de partidos de esquerda, pode ser, para a Madeira, uma aventura sem retorno”, avisou, apelando ao voto no CDS-PP.

Catorze candidaturas disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.