Chegou o grande dia. O dia de todas as decisões. O dia do jogo que ia decidir quem perdurará para sempre nos livros da história do futebol mundial e quem ficará conhecido como o derrotado, sem ter espaço para grande destaque. Foi em Bilbau que Barcelona e Lyon disputaram este sábado a final da Liga dos Campeões feminina.

Se de um lado estava o super Lyon que dominou a Europa na última década com oito conquistas da principal prova do futebol europeu, do outro estava o atual dominador da competição, que se apurou para a partida decisiva pelo quarto ano seguido e, a jogar em território espanhol, procurava a terceira conquista.

A grande notícia para o conjunto blaugrana apareceu durante a semana, com a renovação de Alexia Putellas, vencedora da Bola de Ouro em 2021 e 2022. Aos 30 anos, a avançada renovou até 2026 e, caso cumpra o contrato até ao fim, chegará às 14 temporadas no Barcelona. “Fizemos uma época soberba, estamos a jogar muito bem, a nossa dinâmica é boa (….) e queremos mostrar que somos a melhor equipa da Europa”, garantiu Jonatan Giráldez, que vai sair no final desta época, na antevisão do encontro.

“O Lyon mostrou e provou que é uma equipa que ganha muitos títulos a nível nacional e europeu, e a equipa deste ano é uma continuação disso. Sei que temos o talento necessário para atingir esse objetivo. Somos o melhor clube do mundo e vamos continuar a ser um dos melhores. O Barcelona mudou os seus métodos de treino. Contrataram novas jogadoras, não são a mesma equipa [de 2022, quando perderam para o Lyon na final]”, disse, por sua vez, Sonia Bompastor, técnica da equipa que eliminou o Benfica nos quartos de final.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Caíram de pé, deram passos para o futuro e mostraram que não era assim tão impossível: Benfica eliminado pelo Lyon na Champions

Assim, num duelo que ia decidir quem é a melhor equipa da Europa e, quiçá, do mundo, Putellas sentou-se no banco de suplentes, com Aitana Bonmatí, a melhor jogadora do mundo, a figurar no onze inicial catalão. Por sua vez, as francesas entraram em campo com Diani, Dumornay e Cascarino na frente de ataque, com Bompastor a repetir a equipa que eliminou o PSG na meia-final. No primeiro lance de perigo da partida, Lucy Bronze apareceu com um corte providencial a negar o golo a Cascarino (5′). O Barcelona respondeu de pronto, com Hansen a arrancar pelo corredor central, mas Paralluelo falhou o remate (6′), e Rolfö rematou ao lado (10′).

Contrariando o ímpeto ofensivo culé, as fenottes responderam de bola parada, com Lucy Bronze a desviar um canto contra o poste da sua baliza (13′) e, numa jogada atabalhoada, Irene Paredes acertou novamente nos ferros da baliza de Coll (15′). Antes da meia-hora de jogo, foi a vez do Barcelona ficar perto de inaugurar o marcador, mas Endler e Bacha negaram o golo a Patri. A partir daí o Lyon subiu a sua linha de pressão e a bola passou a circular mais longe das duas balizas, prevalecendo o nulo ao intervalo

Na segunda parte, o Lyon voltou a ter a primeira oportunidade, mas Wendie Renard, no coração da área, atirou por cima (49′). Com o jogo mais equilibrado e disputado a meio-campo, Aitana encontrou espaço na esquerda, recebeu de Mariona e, em posição privilegiada, atirou para o golo, com a bola a desviar ainda numa defesa. A partir daí o jogo mudou e, já com Majri no ataque, as francesas estiveram perto de marcar, mas o remate cruzado de Diani saiu por cima (76′).

Apesar do crescimento do Lyon, o Barcelona continuou a dar mostras de estar confortável no jogo, obrigando Sonia Bompastor a colocar Becho e Hegerberg no ataque. As oportunidades continuaram a surgir, mas Majri (87′) e Hegerberg (88′) não conseguiram acertar no alvo. Contrariando o sentido do jogo, as blaugranas aproveitaram um contra-ataque para sentenciar a partida, através de um grande remate de Alexia Putellas, que entrara poucos minutos antes. Assim, com golos das suas principais figuras, que são o passado e o presente do futebol mundial, as catalães sagraram-se bicampeãs europeias, juntando este título à Liga, Taça e Supertaça espanholas. No total, o Barcelona tem agora três Champions feminina, continuando longe das oito do Lyon.