Debater soluções para os desafios das alterações climáticas e promover uma maior participação dos jovens no processo é o objetivo da primeira edição da Cimeira Portuguesa do Clima, que vai realizar-se na quarta-feira em Oeiras.

Ao longo do dia, explicou à Agência Lusa um dos organizadores da cimeira, João Maria Botelho, serão debatidos em profundidade os temas da transição energética, da governação dos oceanos e das finanças sustentáveis.

O encontro de Oeiras, disse, vai reunir peritos em diversas áreas e os debates serão moderados por jovens. No decorrer da iniciativa ainda serão empossados os membros do Conselho dos Embaixadores para o Futuro, uma iniciativa que junta nomes como a antiga ministra da Agricultura Assunção Cristas, o ex-secretário de Estado para a internacionalização Bernardo Ivo Cruz e a ex-secretária de Estado da Energia Ana Fontoura Gouveia.

Sob o lema “Moldar o nosso futuro climático”, a primeira edição da “Portuguese Climate Summit”, de entrada gratuita, é organizada pela iniciativa “Generation Resonance”, liderada por João Maria Botelho, em parceria com Associação das Nações Unidas em Portugal e a Câmara de Oeiras, tendo o apoio da Fundação Oriente.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O dirigente da “Generation Resonance” disse à Lusa que “a longo prazo uma empresa sustentável terá mais capacidade de sobrevivência”, destacando a importância da legislação comunitária, como o Pacto Ecológico Europeu, para o ambiente.

A cimeira de Oeiras vai ser presidida por Mónica Ferro, diretora do gabinete em Londres do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA, na sigla original).

Pretende, segundo um comunicado da “Generation Resonance”, “estimular a ação coletiva para enfrentar os desafios urgentes das alterações climáticas”, e é mobilizada por um grupo de jovens líderes “que se unem com a missão de fortalecer o debate e participação da geração jovem na construção de um futuro sustentável”.

“É crucial que, enquanto geração jovem, nos empenhemos ativamente na luta por um planeta mais sustentável e que a nossa voz seja ouvida nos principais fóruns de decisão política”, disse João Maria Botelho, referindo que no ano passado a organização fez chegar à COP28 um projeto destinado a sensibilizar para a importância do envolvimento dos mais jovens nas tomadas de decisão e que ano estará presente na COP29 em Baku.

João Maria Botelho insiste na necessidade de uma juventude informada, organizada e interventiva, mas salienta que a “Generation Resonance” não tem nada a ver com ativistas climáticos radicais, quando questionado sobre intervenções de outros jovens pelo clima, por exemplo do movimento “Climáximo”.

“Trabalhamos com outras associações, estamos com núcleos universitários, tentamos juntar esforços com outros movimentos”, disse, acrescentando que concorda que é preciso “abanar o sistema”, porque há muito a fazer na economia circular, ou por exemplo nos resíduos ou na redução do consumo. “Há muito a fazer, mas não é preciso estar a bloquear ruas”, afirmou.