Jeremiah St. Juste começou por ser a surpresa no onze inicial. No trio de centrais do Sporting, em conjunto com Coates e Gonçalo Inácio, não aparecia Diomande. Aparecia Jeremiah St. Juste. Rúben Amorim procurava oferecer uma dimensão ofensiva à equipa, com um defesa que é quase um ala e um jogador que nunca é só um central. E, em certa medida, capitalizou a aposta.

O primeiro papel do neerlandês foi o de herói. À passagem dos 20 minutos iniciais, na sequência de um canto cobrado na esquerda, St. Juste saltou mais alto do que todos os outros e cabeceou para abrir o marcador. Menos de 10 minutos depois, tornou-se vilão. Fez falta sobre Evanilson quando brasileiro seguia isolado para a baliza e foi expulso com cartão vermelho direto, deixando o Sporting vulnerável e em inferioridade numérica até ao final do prolongamento.

O wildcard de Rúben Amorim, que até fez o primeiro golo da temporada na final da Taça de Portugal, tornou-se o elemento crucial para o desfecho da competição. St. Juste foi o quinto jogador do Sporting a ser expulso no Jamor, juntando-se a um leque que inclui Peixe, Pacheco, Toñito e Cédric, já depois de ser o segundo neerlandês a marcar na derradeira decisão do segundo troféu nacional, depois de Bas Dost.

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Dois anos depois de chegar a Alvalade, com muitas lesões e um prolongado tempo de ausência pelo meio, St. Juste continua sem conseguir convencer o universo leonino e a massa adepta e não vai contar com a final da Taça de Portugal para lá chegar. Apesar do golo marcado, que até deixou o Sporting em vantagem ainda na primeira parte do jogo, o central neerlandês cometeu um erro capital e deixou os leões susceptíveis à derrota que acabou por acontecer.

Com contrato até 2026, St. Juste não deixa de ser uma das potenciais saídas em Alvalade. O central custou 9,5 milhões de euros há dois anos, deixando o Mainz para se juntar ao Sporting, mas nunca conseguiu conquistar a titularidade indiscutível — muito devido aos problemas físicos. Com Zeno Debast a chegar, para além da aparente superioridade de Coates, Gonçalo Inácio e Diomande, é expectável que o neerlandês possa ser um dos nomes negociáveis no mercado de verão leonino.