A pianista Martha Argerich, apresentada como uma grandes intérpretes mundiais, vai atuar no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, no próximo dia 20 de julho, anunciou esta quinta-feira a organização do festival.

Martha Argerich, de quem o Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian destaca “o grande nível interpretativo”, vai atuar no Teatro Garrett na Póvoa de Varzim, com o trompetista Sergei Nakariakov, na interpretação do Concerto n.º1, para trompete, piano e orquestra, de Dmitry Shostakovitch, acompanhada pela Orquestra de Câmara, sob a direção do maestro Pedro Carneiro.

O nome de Martha Argerich foi acrescentado esta quinta-feira ao cartaz da 46.ª edição do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim (FIMPV), distrito do Porto, anunciado em maio.

Martha Argerich nasceu em Buenos Aires, na Argentina, iniciou os estudos de piano na infância com Vincenzo Scaramuzza, trabalhou com pianistas como Friedrich Gulda, Nikita Magaloff, Madeleine Lipatti e Stefan Askenase. Vencedora dos concursos de Genebra, Ferrucio Busoni e do Concurso Chopin de Varsóvia, afirmou-se, desde a década de 1960, como “uma das pianistas mais proeminentes do mundo”, destacando-se em particular o seu “grande nível interpretativo do repertório virtuosístico dos séculos XIX e XX”, como se lê na biografia que o Serviço de Música da Gulbenkian lhe dedica.

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A sua discografia recebeu os principais prémios internacionais, dos Grammy aos prémios Gramophone, sem esquecer os Choc Musique — Le Monde de la Musique, BBC Music, Diapason d’Or e da crítica alemã (Deutscher Schallplatten Kritik).

Na temporada de 2021—2022, Martha Argerich e Maria João Pires juntaram-se para interpretarem em conjunto o Concerto para dois pianos KV365, de Mozart, com a Orquestra Suisse Romande, dirigida por Daniel Harding, naquele que foi definido como um dos acontecimentos do ano, no âmbito da música erudita de tradição europeia.

O Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim tem início no dia 11, com a habitual conferência do musicólogo Rui Vieira Nery, e celebra este ano os 50 anos da elevação da Póvoa de Varzim a cidade.

O primeiro concerto realiza-se um dia depois, na Igreja Matriz, a cargo do Concerto Copenhagen, sob direção musical de Lars Ulrik Mortensen, no que será a estreia nacional de “uma das grandes orquestras barrocas” da atualidade, como a descreveu o diretor artístico do FIMPV, Raúl da Costa, quando da apresentação do cartaz, em maio.

A programação inclui figuras internacionais como o suíço Protean Quartet, que também se estreia em Portugal, na Igreja de São Pedro de Rates, o cravista franco-americano Justin Taylor, o trio de alaúdes Joubran, dos irmãos palestinianos Samir, Wissam, e Adnan, e a orquestra húngara Anima Musicae, com Barbanás Kelemen no violino e Katalin Kokas na viola d’arco, também em estreia em Portugal.

O festival vai encerrar, no dia 27 de julho, no Parque da Cidade, com uma atuação conjunta de António Saiote com António Victorino d’Almeida e, horas mais tarde, com a Banda Sinfónica Portuguesa, com o próprio Raúl da Costa ao piano, e a fadista Katia Guerreiro na voz.

O pianista e diretor artístico do festival disse que os dois concertos no Parque da Cidade, de entrada gratuita, são dedicados à elevação do concelho a cidade.

A programação do festival inclui a 17.ª edição do Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim, que tem António Pinho Vargas como convidado e que vai apresentar a estreia de uma obra sua, por encomenda do festival, com o Ensemble Contemporâneo sob direção de Nuno Coelho, com João Barradas no acordeão.

No dia 17 de julho, a Orquestra XXI sobe ao palco do Cine-Teatro Garrett, sob direção de Dinis Sousa, com a violinista Alena Baeva, seguindo-se, no dia 18, o residente Quarteto Verazin com a soprano Sara Braga Simões e o pianista João Araújo.

No dia 19 está marcada a atuação do quarteto de Júlio Resende com o espetáculo “Filhos da Revolução”.