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O ministro da Educação garantiu esta segunda-feira que a plataforma de matrículas “está estável”, reconhecendo que este é um sistema que tem mostrado “fragilidade” e disse esperar que o próximo ano letivo seja mais calmo.

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Desde este último fim de semana que a plataforma está estável, registaram-se dezenas de milhares de matrículas, este problema está-se a repetir, aconteceu o ano passado, esperamos que não aconteça no próximo ano“, afirmou Fernando Alexandre, na Maia, no distrito do Porto, à margem da primeira de um conjunto de reuniões com diretores escolares que o Governo vai ter ao longo das próximas três semanas.

O titular da pasta da Educação, e também das pastas da Ciência e Inovação, explicou que “a dimensão digital é fundamental para o Governo porque facilita a vida aos cidadãos, poupa tempo aos cidadãos, e infelizmente tem tido fragilidade em algumas plataformas digitais com perturbação para a vida das famílias”.

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Ministro da Educação espera ter processo de matrículas normalizado no próximo ano

Aquilo que devia ser dado pelo digital — conseguirmos com poupança de tempo, com um clique, fazer a matrícula de uma criança — infelizmente, com estas perturbações, tem gerado muitos constrangimentos“, disse.

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Questionado sobre se o próximo ano letivo será mais calmo, Fernando Alexandre mostrou-se esperançoso: “Esperamos que sim. Estamos a tentar criar as condições para isso, a recuperação do tempo de serviço era, de facto, um fator de grande perturbação, foi assumido como uma prioridade pelo Governo e foi resolvida, mas nós sabemos que há outros constrangimentos e estamos a trabalhar no sentido de os resolver“, disse.

Entre esses constrangimentos, o ministro voltou a salientar a falta de professores, considerando que “não é normal que em Portugal, em 2024, haja milhares e milhares de alunos que estão durante muitos meses sem terem aulas a uma disciplina e depois vão ser avaliados e essa avaliação vai ser decisiva para o seu futuro”.

A propósito, Fernando Alexandre lembrou as 15 medidas anunciadas pelo Governo para o setor, entre as quais o regresso ao ativo de professores reformados: “Não tenho dados mas penso que os professores estão nesta profissão por vocação, a maior parte deles, os últimos tempos não foram fáceis, mas eu penso que quando se apela para uma missão tão importante como garantir que os alunos não estão sem aulas, vamos ter resposta”, referiu.

Presente na reunião, que juntou uma parte dos diretores escolares da zona Norte, o presidente da direção da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, realçou a atenção do executivo para o problema da falta de docentes.

É bom reconhecer por parte deste Ministério da Educação que a escassez de professores, que é algo de que falamos há vários anos e temos receio que vire uma pandemia, é um problema que eles querem enfrentar de caras. Agora é preciso perceber se vai ter adesão de parte dos professores a que elas se destinam”, disse.

Sobre as medidas do Governo, aquele responsável considerou que as metas “são ambiciosas” e que dependem “muito do grau de adesão dos professores”, mas reconheceu que há vontade por parte de alguns docentes reformados de voltarem ao ativo.

Nós queremos é caras novas, queremos que esta profissão seja apetecível e, atualmente, a carreira de docente não é apetecível. Os nossos jovens não querem seguir esta carreira e há muitos professores que se estão a jubilar”, disse.