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Peter Szijjarto considerou esta quarta-feira que a reeleição de Donald Trump pode abrir caminho para diálogos entre Kiev e Moscovo e é “uma oportunidade de paz”. O objetivo da Hungria é o fim da guerra, reafirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros numa entrevista à agência Reuters.

“Penso que tem de haver um impacto externo muito forte para obrigar [Putin e Zelensky] a negociar, pelo menos. Quem tem hipóteses de o fazer nos próximos tempos? Só o Presidente Trump, se for eleito”, argumentou Szijjarto.

Para o ministro húngaro, Trump é capaz de forçar as duas partes ao diálogo, ao contrário dos restantes líderes ocidentais. Mas as capacidades do ex-Presidente não se limitam à mediação da guerra na Ucrânia e podem ser vantajosas para a própria Hungria. “Vemos uma oportunidade para a paz se o Presidente Trump ganhar. Vemos uma hipótese de boas relações entre a Hungria e os EUA se o Presidente Trump ganhar”, defendeu.

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Apesar de Trump ter prometido, durante o debate eleitoral, que resolveria a guerra “num dia”, o candidato à Casa Branca nunca apresentou um plano concreto sobre como alcançaria esse cessar-fogo.

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Falando à margem da cimeira da NATO em Washington, Szijjarto repetiu ainda as críticas que Orbán tem deixado à Aliança, desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022: “Vemos aí um enorme risco de escalada”.

“Olhar para esta guerra a duas horas de carro ou olhar para esta guerra numa perspetiva de um voo de 10 horas é diferente”, explicou o ministro húngaro. A Hungria, vizinha da Ucrânia, tem mantido uma posição de “neutralidade”, defendendo que a guerra tem de terminar através do diálogo. Já os restantes Estados-membros da NATO mantêm uma posição de apoio incondicional à Ucrânia e criticam a posição húngara como sendo demasiado próxima do Kremlin.

Também em Washington, Volodymyr Zelensky avisou os líderes da NATO que defender a Ucrânia significa defender todas as democracias ocidentais. “Putin não vai parar na Ucrânia. Ele vai atrás de países da NATO, ele é ambicioso”, declarou o Presidente ucraniano na noite de terça-feira.

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Peter Szijjarto respondeu a esta ideia, afirmando que não vê na Rússia uma ameaça para a NATO ou para a União Europeia, pois os líderes russos são “racionais” e nunca entrariam em confronto direto com o Ocidente.

“Missão de Paz 4.0”

Enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros identifica aliados em Donald Trump, o primeiro-ministro encontra-os em Recep Tayyip Erdoğan. Depois das visitas a Kiev, Moscovo e Pequim, Viktor Orbán continuou a sua “missão da paz” em Washington onde se reuniu com o Presidente turco.

Segundo Orbán, a Turquia foi “o único país que mediou de forma bem sucedida as partes em conflito na guerra Russia-Ucrânia”, referindo-se a um acordo comercial no Mar Negro.

Os dois chefes de Estado reuniram-se durante o primeiro dia da cimeira da NATO, na passada terça-feira, num encontro em que Orbán pediu ajuda para aproximar as posições de Kiev e Moscovo que reconheceu, uma vez mais, estarem demasiado distantes.

“Se os amigos da paz juntarem forças, juntos podemos tomar o próximo passo na direção da paz”, declarou Viktor Orbán no vídeo publicado nas suas redes sociais sobre o encontro.