O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acusou esta quarta-feira a Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra de sobrecarregar os profissionais de saúde das Maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto para continuar a dar todas as respostas assistenciais.

“Está tudo depauperado durante 365 dias e agora, por via dos encerramentos que todos conhecemos, a situação mais do que piorou e está insuportável”, sublinhou à agência Lusa o sindicalista Paulo Anacleto.

O dirigente do SEP alertou para uma “sobrecarga de trabalho gigantesca” agora no período de férias, em que os profissionais de serviço estão “altamente sobrecarregados e não aguentam”.

Em comunicado, o sindicato salientou que a “forma como a ULS Coimbra dá resposta ao caos instalado nos serviços de obstetrícia do país é com a sobrecarga dos seus profissionais”, entre os quais têm sido identificadas várias situações de exaustão e ‘burnout’ (stress laboral crónico).

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Segundo a nota, tem sido recomendado nas maternidades a alta precoce das mães e recém-nascidos, “que contrariam as recomendações internacionais e cuja rede de apoio nos Cuidados de Saúde Primários não é suficiente”.

“Apesar das penosas condições de trabalho com que se deparam e da indecorosa desvalorização das suas carreiras, os enfermeiros das maternidades de Coimbra continuam a dar resposta com um enorme esforço e profissionalismo, em que muitos deles nem sequer são valorizados salarialmente pelo seu exercício profissional especializado”, sublinhou o SEP.

A estrutura sindical frisou que a capacidade de resposta das maternidades de Coimbra deve-se, sobretudo, “ao esforço acrescido dos seus profissionais, designadamente dos enfermeiros, com recurso a um enorme volume de horas extraordinárias e a constantes alterações dos horários de trabalho”.