A concelhia do PCP alertou esta sexta-feira que “vários trabalhadores” dos Hospitais da Universidade de Coimbra estão sem qualquer alternativa de transporte público, após suspensões de horários e carreiras dos Transportes Urbanos para agosto.

Vários trabalhadores dos Hospitais da Universidade de Coimbra e de empresas privadas têm vindo fazer chegar exemplos de incompatibilidades dos horários dos SMTUC [Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra], após as recentes supressões, com os seus turnos nos respetivos locais de trabalho”, indicou a concelhia, em comunicado enviado à agência Lusa.

Na sequência da já comunicada suspensão de horários e carreiras dos SMTUC no mês de agosto, a concelhia do PCP dirigiu uma carta à administração dos SMTUC e à Câmara de Coimbra.

Segundo a concelhia, num dos casos expostos, a alternativa proposta pelos SMTUC ao trabalhador implicaria que chegasse ao trabalho “com 50 minutos de atraso”.

“Os serviços municipalizados têm vindo a justificar com falta de condições que impossibilitam o rigoroso cumprimento de percursos e horários do transporte coletivo”, recordou o PCP.

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Nesse sentido, a concelhia, nessa mesma carta, questiona se já foram tomadas medidas pelos SMTUC para identificar as situações de falta de resposta de transporte público e o necessário “ajustamento” às carreiras e horários, “para facilitar o funcionamento de serviços públicos prioritários e principais locais de trabalho”.

O PCP pergunta também se os SMTUC irão tomar medidas urgentes, em coordenação “com a administração dos serviços de saúde”.

Questionada pela agência Lusa, a Câmara de Coimbra referiu que vigora o programa de agosto dos Transportes Urbanos, mas, face às “diversas empreitadas de mobilidade em meio urbano, o programa tem sofrido constrangimentos, obrigando a consecutivas alterações na rede de transportes, confrontando-se os SMTUC com a abertura constante de novas frentes de obra (necessárias) em diversos locais da cidade”.

Estas alterações exigem destes serviços municipalizados um esforço enorme, em pleno período de férias, em termos de disponibilidade, essencialmente ao nível dos seus recursos humanos, não sendo de todo possível manter o nível da oferta programada neste período e a qualidade do serviço prestado às populações, pelo que se tornou necessário efetuar reajustamentos temporários da oferta, durante o mês de agosto”, explicou.

Para além disso, os SMTUC enfrentam dificuldades na gestão de motoristas, que escasseiam, “muito embora esteja a ser efetuado um esforço permanente para a admissão destes e de outros profissionais especializados”, salientou.

“A suspensão de viagens incidiu sobre as linhas de maior oferta e as linhas/viagens de menor procura, tratando-se de um plano de contingência que permitiu normalizar a prestação do serviço público de transportes. Mais se refere que não foi suspensa nenhuma linha na sua totalidade, que sirva serviços públicos prioritários, podendo os trabalhadores/clientes fazer uso de horários alternativos e ajustar as suas deslocações à oferta disponível”, acrescentou.

A Câmara de Coimbra indicou ainda que os SMTUC “desconhecem” qualquer situação em concreto de trabalhadores dos hospitais que sejam afetados por tal supressão de horários, “motivo pelo qual não está prevista qualquer revisão”.