A atriz norte-americana e vencedora de três prémios Emmy Gena Rowlands morreu aos 94 anos, comunicou o filho Nick Cassavetes na passada quarta-feira, numa publicação no Instagram. A antiga estrela de cinema foi diagnosticada com a doença de Alzheimer há cinco anos.

Rowlands ficou conhecida por ter protagonizado filmes como A Woman Under the Influence e Gloria, dirigidos pelo marido à época, John Cassavetes. Já no início dos anos 2000, participou nos filmes The Notebook e Hysterical Blindness.

Apesar de já ser bem-sucedida antes destes papéis, foram as dez interpretações em dez filmes de Cassavetes que marcaram a sua carreira para sempre. Destacam-se os filmes Faces (1968),  Minnie and Moskowitz (1971), A Woman Under the Influence (1974) e o Opening Night (1977). Na década de 80, demarcam-se GloriaLove Streams (1984). Todas estas representações têm um fator em comum: uma mulher transtornada e problemática, mas simultaneamente independente, libertina e sensual — aspeto considerado único no cinema americano na altura.

Gena Rowlands nasceu em 1930 em Madison, no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos. Aos 23 anos, entrou para a Academia de Artes Dramáticas norte-americana, após passar numa audição onde conheceu John Cassavetes — também estudante na instituição nesse ano. Começaram a trabalhar como atores e, um ano depois, casaram-se. Em 1956, estreou-se na Broadway com Middle of the Night dirigido por Paddy Chayefsky.  E três anos depois participou na série policial Johnny Staccato de Cassavetes e em A Child Is Waiting, o terceiro filme do marido.

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O casal decidiu romper com Hollywood com Faces: um filme que pretende retratar uma rutura conjugal, onde Rowlands interpreta uma prostituta contratada pelo marido John Marley. Seguiu-se Minnie and Moskowitz, onde a atriz fez de curadora de arte abalada por uma separação amorosa e é perseguida por Moskowitz. Em Woman Under the Influence, projeto com o qual foi nomeada para o Óscar de melhor atriz principal, protagonizou uma mulher a passar novamente por uma separação.

Na mesma década, em Opening Night fez de atriz de teatro assombrada por uma doença mental e em Gloria — filme que lhe valeu a segunda nomeação aos Óscares — foi a namorada de um criminoso em fuga, testemunha de um ataque liderado pelo namorado. No seu último filme com o marido, Love Streams, representou a irmã de Robert Harmon numa relação de co-dependência, após terem sido abandonados pelos companheiros.

A partir daqui, e face à doença prolongada de Cassevetes, a estrela de Hollywood participou em menos filmes, tendo ainda interpretado alguns papéis televisivos como a série Thursday’s Child e o filme The Betty Ford Story, com o qual ganhou o primeiro Emmy de melhor atriz em minissérie ou filme televisivo. Um ano antes da morte do marido participou em Another Woman, de Woody Allen. Em 1991, recebeu o segundo Emmy com o filme televisivo Face of a Stranger e, em 2002, o terceiro com Hysterical Blindness. Rowlands chegou ainda a fazer parte de filmes dirigidos pelo filho Nick Cassevetes, incluindo She’s So Lovely em 1997, The Notebook (2004) e Broken English (2007).

A artista teve três filhos, todos do primeiro casamento: Nick, Alexandra e Zoe Cassavetes. Casou pela segunda vez com Robert Forrest, em 2012, e três anos depois, ganhou um Óscar Honorário.