O presidente da Câmara de Aljezur, no distrito de Faro, estimou esta quarta-feira que as obras de recuperação da rede viária e equipamentos destruídos pelo incêndio que há um ano atingiu a freguesia de Odeceixe fiquem concluídas em 2025.

“Neste momento estamos a fazer os levantamentos topográficos das vias e caminhos públicos municipais a recuperar e pensamos ter o processo concluído até ao fim do ano, para podermos lançar o concurso da empreitada”, disse à Lusa José Gonçalves.

A intervenção, orçada em 2,7 milhões de euros, vai ser financiada em 60% pelo Fundo de Emergência Municipal (FEM), criado pelo Governo em 2022, para que os municípios afetados pelos incêndios possam reparar os danos em infraestruturas e equipamentos.

“Teremos de suportar 40% ou seja, mais de um milhão de euros, havendo necessidade de recorrer a um empréstimo bancário”, apontou o autarca.

O incêndio que deflagrou em 5 de agosto de 2023 no concelho de Odemira, distrito de Beja, afetou uma área de cerca de 2.000 hectares da freguesia de Odeceixe, em Aljezur.

Com início na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio (Odemira), o incêndio alastrou-se aos concelhos algarvios de Monchique e Aljezur e só foi dado como dominado seis dias depois de ter deflagrado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo o ICNF, este fogo foi o maior registado em 2023 e consumiu, pelo menos, 7.530 hectares.

Na opinião de José Gonçalves, o apoio do FEM “surge como uma oportunidade” para recuperar algumas das acessibilidades que “estavam danificadas e que ficaram mais deterioradas pelo fogo”.

“É de facto uma oportunidade única, porque não há fundos comunitários para a recuperação da rede viária pública municipal, um dos grandes problemas e desafios para as câmaras municipais”, sublinhou.

O autarca revelou que a candidatura para a recuperação da rede viária e equipamentos é uma das duas aprovadas pelo FEM para a intervenção e recuperação da área ardida.

A outra que foi aprovada, explicou, é uma candidatura no valor de 160 mil euros destinada à promoção turística na área afetada do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

“Visa sobretudo a promoção do turismo com iniciativas de publicidade, certificação do destino turístico sustentável, ações que estamos já a desenvolver para atrair mais pessoas à zona afetada pelo fogo”, concluiu.