Valeu o empate. O ponto e, por enquanto, a manutenção da liderança do grupo. Mas esteve perto de não ser assim. E bem perto. Aos 89 minutos, o mundo azul e branco ruía em Lviv. Já duas bolas tinham entrado na baliza de Fabiano, o pé direito de Brahimi falhara um penálti e os golos do Shakthar Donetsk foram quase presentes embrulhados e oferecidos pelos jogadores portistas.

O primeiro por obra e desgraça de Óliver Torres. O espanhol, miúdo de 19 anos de quem se espera um percurso de craque, perdeu aos 52 minutos uma bola no limite da área portista. Resultado: os ucranianos que há anos aperfeiçoam o sotaque brasileiro (são muitos e bons os jogadores do samba que por ali jogam, 13 ao todo) fizeram o 1-0. Quem marcou? Lá está, um deles, Alex Teixeira.

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Antes, na primeira parte, tudo começaram com uma surpresa — a bem da rotatividade e descanso nas pernas, Jackson Martínez ficava sentado. Começava no banco de suplentes. Por outro lado, era a primeira oportunidade, a titular, para o camaronês Aboubakar. Até ao intervalo a equipa fez o costuma: pôs a bola a circular, insistiu no passe e, pelo meio, foi vivendo das corrrerias de Tello e Brahimi. Uma delas, do argelino, deu um penálti.

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Foi ele, o homem das fintas e autor do primeiro hat-trick nesta Champions, a assumir e bater. Mas correu mal. Pyatov defendeu e o 0-0 manteve-se. E Jackson no banco, o pé colombiano que por norma é incumbido de tratar destes assuntos. O intervalo chegou, descansou-se e, após o erro de Óliver e o golo do Shakthar, as coisas não mudaram. Pelo menos até aos 64’, minuto no qual Juan Quintero e Jackson começaram a pisar o relvado. Os dragões melhoraram e passaram a levar mais vezes a bola passear perto da baliza dos ucranianos.

Até que chegou o outro erro grave. Agora de Maicon, central brasileiro que perdeu a bola para outro, de nome Bernard, que deu início a uma jogada de passes que terminaram no 2-0. Marcado por Luiz Adriano. O relógio contava 85 minutos e tudo parecia condenado. Estava a caminho a primeira derrota do FC Porto nesta temporada. Até que Jackson cortou caminho e arranjou um atalho.

Aos 89’, do nada, Rakitsiky, defesa do Shakhtar, tocou com o braço na bola. Era penálti. E foi golo, marcado, agora sim, pelo tal pé direito de Jackson Martínez. Havia esperança. A equipa tentou, carregou e continuou a atacar. E deu frutos quando, aos 94’, um cruzamento rasteiro de Tello, desde a esquerda, convidou o avançado colombiano a sprintar rumo ao primeiro poste e a desviar a bola para a baliza. Convite aceite. Era o 2-2 e a salvação do FC Porto.

Com uma consequência — tão rápido apareceu Jackson que acabou por embater contra o poste e sair lesionado, pouco antes do final da partida. Salvou-se um empate e perdeu-se Jackson Martínez. O colombiano, portanto, foi o preço a pagar por sair da Ucrânia com um ponto que mantém os dragões na liderança do grupo. À frente do BATE Borisov, os bielorrussos que, após o 6-0 sofrido no Porto, conseguiu derrotar com um 2-1 o Atlético de Bilbao, em casa.