A três dias de os militantes do Partido Trabalhista inglês começarem a receber em casa os boletins de voto para a eleição do novo líder, Jeremy Corbyn surge pela primeira vez com 53% das intenções de voto. A mais recente sondagem do YouGov mostra, assim, que o próximo líder trabalhista pode estar escolhido.

Para vencer as eleições internas do Partido Trabalhista, é preciso conseguir mais de 50% dos votos. Na última sondagem, Jeremy Corbyn surgia com 43%. Seguiam-se Andy Burnham com 26%, Yvette Cooper com 20% e Liz Kendall com 11%. Agora, Corbyn soma 53% das intenções de voto. 10 pontos percentuais conquistados diretamente aos outros três concorrentes. Burnham foi o que mais perdeu: soma agora 21%, menos cinco pontos percentuais. A manterem-se os resultados, Corbyn vai vencer na primeira volta.

A ascensão de Corbyn começa depois da demissão de Ed Miliband da liderança do Partido Trabalhista. Nas eleições legislativas de 7 de maio deste ano, e quando todas as sondagens apontavam para o regresso do Labour ao poder, David Cameron acabou por conseguir uma maioria absoluta para o Partido Conservador. É por isso que é preciso encarar esta sondagem com cautela.

Deputado assumidamente socialista, Corbyn defende, por exemplo, a nacionalização de setores vitais, como o da energia e dos transportes ferroviários e que o Partido Trabalhista se volte a aproximar dos sindicatos.

Ao Observador, John Gaffney, professor na Aston University e especialista no Partido Trabalhista, contou que “Corbyn está a apanhar a onda do Podemos, em Espanha, do Syriza, na Grécia, e de todo o movimento anti-austeridade em geral. E aposta forte na ideia de que o partido perdeu as eleições em maio porque não foi radical o suficiente”.

A sondagem foi feita junto de 1411 militantes trabalhistas inscritos na votação, de um total de 190 mil. As pessoas começam a receber os boletins de voto em casa esta sexta-feira, 14 de agosto. Os resultados deverão ser anunciados a 12 de setembro.

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