Índice
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Livros de Ficção
A porta estreita, André Gide (Cavalo de Ferro)
Janeiro
Em 2022, assinalam-se os 75 anos da atribuição do Nobel da Literatura a André Gide, nome grande da literatura francesa. Com a data em mente, a Cavalo de Ferro planeia editar algumas obras do escritor, começando por A porta estreia. Publicado originalmente em 1909, a obra foi o primeiro grande êxito literário de Gide. Um romance de formação e desencontro amoroso, A porta estreia inaugurou temáticas que seriam recorrentes na obra do Prémio Nobel: o conflito entre ética e instinto, a revolta contra a hipocrisia católico-burguesa e a exploração dos espaços secretos do eu.
Odes Didácticas, João Pedro Grabato Dias (Tinta-da-China)
Janeiro
João Pedro Grabato Dias é o pseudónimo poético do escritor e pintor António Quadros, que a partir dos anos 70 publicou vários livros de poesia, há muito esgotados e indisponíveis no mercado. Odes Didácticas é a primeira antologia da poesia desse “colosso”, como lhe chamou Pedro Mexia, com “voz singular, ulcerada e mitológica, ensimesmada, onírica, ironicamente realista, brutal, descabelada”, como o descreveu Eugénio Lisboa, a propósito da sua de estreia, Quarenta e Tal Sonetos de Amor e Circunstância e Uma Canção Desesperada, publicado em 1970 em Lourenço Marques. A edição, da Tinta-da-China, inclui um posfácio de António Cabrita.
Diários do Exílio, Yannis Ritsos (Edições do Saguão)
Fevereiro
A vida literária de Yannis Ritsos, poeta grego, comunista e membro ativo da resistência durante a Segunda Guerra Mundial, está intimamente com a história do seu país. A obra em que isso mais é evidente é provavelmente Diários do Exílio, diários-poemas escritos entre 1948 e 1950 durante a Guerra Civil grega, quando Ritsos esteve preso primeiro na ilha de Limnos e depois na ilha deserta de Makronisos, onde funcionava o primeiro campo de concentração criado após a Segunda Guerra Mundial. Os poemas de Diários do Exílio são um testemunho da vida na prisão e da violência que Ritsos e os seus companheiros tiveram que suportar, mas também da solidariedade entre os reclusos e da luta pela humanidade. Esta edição em português, da responsabilidade da editora independente Saguão, tem tradução de José Luís Costa, feita a partir do grego.
Um Virar de Costas Sedutor, Frederico Pedreira (Relógio D’Água)
Fevereiro
Frederico Pedreira terá um novo livro em 2022, Um Virar de Costas Sedutor, que sairá pela Relógio d’Água. Um Virar de Costas Sedutor chega dois anos depois de A Lição do Sonâmbulo, publicado pela independente Companhia das Ilhas e distinguido com os prémios literários da União Europeia e da Fundação Eça de Queirós em 2021. O júri deste último descreveu-o como “uma narrativa original de tipo autobiográfico que tira sentido existencial do quotidiano familiar burguês”, salientando o “domínio absoluto da matéria narrativa” por parte do autor, assim como a “grande elasticidade e amplitude” do texto narrativo. A sinopse deste novo livro ainda não foi disponibilizada.
Doramar ou a Odisseia, Itamar Vieira Júnior (Dom Quixote)
Fevereiro
Doramar ou a Odisseia, o novo livro de Itamar Vieira Júnior, que venceu o Prémio Leya em 2018 e o Jabuti e Oceanos em 2020 pelo romance Torto Arado, é um conjunto de histórias sobre um Brasil ainda assombrado pelo passado. Dialogando com as questões sociais e a tradição literária brasileira, Doramar ou a Odisseia reúne contos atuais, calcados “na multiplicidade de culturas que formam o país”, refere a editora Todavia, que publicou o livro no Brasil.
Malina, Ingeborg Bachmann (Antígona)
Fevereiro
Por altura do 51.º aniversário da publicação de Malina, de Ingeborg Bachmann, a Antígona vai publicar uma nova edição do clássico feminista moderno, com tradução de Helena Topa e posfácio de Elfriede Jelinek, Nobel da Literatura. Malina, o único romance de Bachmann, é a história de I., a narradora, e uma reflexão sobre a sua existência como mulher e escritora através de reflexões pessoais e diálogos. Passado numa Viena decadente, na segunda metade do século XX, Malina é uma viagem aos limites da linguagem e um retrato existencial lúcio e poderoso. O romance foi pensado como o primeiro volume de uma trilogia interrompida pela morte da autora aos 47 anos, em 1973.
Contos de Cantuária, Geoffrey Chaucer (E-Primatur)
Fevereiro
Obra da maturidade de Geoffrey Chaucer, Contos da Cantuária é uma das mais importantes e influentes obras da literatura inglesa e provavelmente a mais relevante do período medieval em Inglaterra. Composta na segunda metade do século XIV, um período de convulsões políticas e sociais, reúne histórias contadas por um grupo fictício de peregrinos a caminho da Cantuária e do túmulo do santo Thomas Becket, numa taberna em Southward, ao cair da noite. Esta primeira edição em Portugal tem tradução de Daniel Jonas, feita a partir do inglês médio original. A publicação estava originalmente agendada para o final de 2021, mas foi adiada para fevereiro de 2022.
Ulisses, James Joyce (Livros do Brasil)
Fevereiro
A obra-prima de James Joyce e um dos mais importantes romances do século XX faz 100 anos e a Livros do Brasil preparou uma nova edição que recupera a primeira tradução feita em Portugal pelo professor e tradutor João Palma-Ferreira (1931-1989). Ulisses é publicado no mês em que se celebram também os 104 anos de Joyce, nascido a 2 de fevereiro de 1882 num subúrbio de Dublin, na Irlanda. Boas desculpas para ler a saga de Leopold Bloom.
O Olhar Diagonal das Coisas, Ana Luísa Amaral (Assírio & Alvim)
Março
Não é um novo livro de poesia, mas uma antologia que reúne toda a poesia de Ana Luísa Amaral, começando com o livro inaugural da poeta, Minha Senhora de Quê (1990), e terminando com o mais recente, Mundo (2021). São mais de 30 anos de poemas, acompanhados por um posfácio de Maria Irene Ramalho.
As Canções de Bilitis, Pierre Louÿs (VS.)
Março
Pierre Louÿs foi um importante poeta francês, conhecido pelos poemas de temática lésbica e inspiração clássica. Amigo de André Gide e Oscar Wilde, foi a ele que este último dedicou a edição original da peça Salomé, publicada em francês em 1891. A sua obra mais influente, As Canções de Bilitis, reúne poemas escritos por uma poeta grega fictícia, contemporânea e rival de Safo, que teriam sido traduzidos por Louÿs para francês. Publicadas em 1894, as três primeiras canções foram musicadas três anos depois pelo compositor Claude Debussy, amigo do poeta. Esta nova edição em português conta com tradução de Júlio Henriques e um “posfácio erudito” de Joëlle Ghazarian.
The Island of Missing Trees, Elif Shafak (Presença)
Março
O mais recente romance da premiada autora turca Elif Shafak, The Island of Missing Trees (ainda sem título em português), é uma história de amor e luto, de deslocamento e pertença, que tem como pano de fundo a história de divisão no Chipre, onde uma fronteira divide o lado turco do grego.
Tuga, Uma Trilogia, Manuel da Silva Ramos e Alface (VS.)
Abril
Tuga, Uma Trilogia reúne os três livros publicados por Manuel da Silva Ramos e Alface entre o final dos anos 70 e o final dos anos 90: Os Lusíadas (1977), As Noites Brancas do Papa Negro (1982) e Beijinhos (1997). São cerca de mil páginas de “uma monumental saga humorística, erótica e translexical, que traça as bagatelas da portugualidade e o fim do império há muito adivinhado pelos pescadores bacalhoeiros, através de milhares de histórias interligadas que constituem uma jocosa passeata pelos passadiços da literatura”, resumiu a editora. O prefácio é de Manuel Portela.
Paraíso, Abdulrazak Gurnah (Cavalo de Ferro)
Maio
Um dos mais famosos romances de Abdulrazak Gurnah, Nobel da Literatura em 2021, Paraíso é um romance histórico ambientado no território anterior da África Central, na atual Tanzânia, pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial, que retrata o final do colonialismo alemão na região. O livro forma um díptico com Vidas seguintes, que será publicado antes, em fevereiro, pela Cavalo de Ferro. Paraíso foi finalista do Booker Prize e do Whitbread Prize em 1994.
Harlem Shuffle, Colson Whitehead (Alfaguara)
Maio
Uma saga familiar disfarçada de policial, Harlem Shuffle, de Colson Whitehead, passa-se no bairro nova-iorquino de Harlem, conhecido pelos clubes de jazz e ligação à cultura afroamericana. A personagem principal é Ray Carney. Apesar de ter nascido no seio de uma família de criminosos, Carvey tenta levar uma vida séria, até que um assalto que corre mal o obriga a conviver com uma série de personagens do mundo do crime. Tal como nos romances anteriores do escritor, Harlem Shuffle fala de temas como a raça e o poder. É também uma carta de amor a Harlem. Whitehead está neste momento a trabalhar numa sequela.
Novo livro de contos, Cláudia Andrade (Elsinore)
Maio
Ainda sem título, o novo livro de contos de Cláudia Andrade, que se deu conhecer a um público mais vasto com a ficção curta de Quartos de Final e Outras Histórias (2019) e o romance Caronte à Espera (2020), tem publicação agendada para o mês de maio. Sucede ao romance Um Pouco de Cinza e de Glória, lançado em 2021, sobre os habitantes de uma aldeia assombrada pelo fantasma da guerra. A sinopse do volume livro de contos ainda não foi revelada, mas uma coisa é certa: este não será um livro solar.
As Convidadas, Silvina Ocampo (Antígona)
Maio
Em 2022, a Antígona vai prosseguir com a publicação das obras da argentina Silvina Ocampo, pouco conhecida em Portugal, com Convidadas, que reúne contos inquietantes, sobre temas como a infância, o amor e a loucura. A tradução é de Guilherme Pires.
Mr. Loverman, Bernardine Evaristo (Elsinore)
Junho
A Elsinore vai prosseguir com a publicação das obras da britânica Bernardine Evaristo, autora de Rapariga, mulher, outra e a primeira mulher negra a vencer o Booker Prize, que partilhou em 2019 com Margaret Atwood, com a edição de Mr. Loverman, romance de 2014 sobre a diversidade étnica e cultural da sociedade europeia. No ano passado, a editora lançou da mesma autora Raízes Brancas.
A Mais Secreta Memória dos Homens, Mohamed Mbougar Sarr (Quetzal)
Julho
Nascido em 1990, no Senegal, Mohamed Mbougar Sarr foi o mais jovem vencedor do Gouncourt, o mais importante prémio literário de língua francesa, desde Patrick Grainville, em 1976 e o primeiro escritor da África subsaariana a receber o galardão. O romance que lhe valou a atribuição do prémio em 2021, A Mais Secreta Memória dos Homens, centra-se no escritor senegalês T.C. Elimane e no livro O labirinto do inumano. “Elimane desapareceu sem deixar rasto, do mesmo modo que parece não haver provas físicas da existência da obra. Décadas volvidas, outro jovem do Senegal aspirante a escritor, Diégane Latyr Fa-ye, deambulando por Paris, encontra o livro. Estão lançados os primeiros passos numa epopeia extraordinária, que cruza geografias e gerações, as grandes tragédias da História, a vida e a obra dos escritores, na demanda, justamente, da mais secreta memória dos homens”, resumiu a Quetzal, que o irá publicar em Portugal em julho.
Livros de Não-Ficção
O Fim do Mundo Clássico: De Marco Aurélio a Maomé, Peter Brown (Relógio D’Água)
Janeiro
Publicado em 1971, O Fim do Mundo Clássico, do historiador Peter Brown, foi um dos primeiro livros em língua inglesa a considerar a Antiguidade Tardia como uma época isolada. Brown é, aliás, um dos mais importantes nomes no estudo deste período, tendo escrito vários livros cimeiros sobre a época que sucedeu à Antiguidade Clássica e antecedeu a Idade Média, como O Fim do Mundo Clássico e o mais recente Through the Eye of a Needle (2012), sobre a questão da riqueza nos primórdios da Igreja Católica.
A Afirmação Negra e a Questão Colonial. Textos, 1919-1929, Mário Domingues (Tinta-da-China)
Janeiro
A Afirmação Negra e a Questão Colonial reúne textos e crónicas escritos entre 1919 e 1929 por Mário Domingues (1899-1977), precursor da afirmação negra em Portugal. A seleção é da responsabilidade do investigador e professor universitário José Luís Garcia, que assina um ensaio que revela o contexto e vida de Mário Domingues, escritor e jornalista nascido na ilha de Príncipe e criado em Lisboa pela família do pai branco, funcionário na roça onde a mãe negra trabalhava.
A Pessoa e o Sagrado, Simone Weil (Guerra & Paz)
Janeiro
Foi pouco antes de morrer precocemente aos 34 anos, em 1943, que Simone Weil escreveu A Pessoa e o Sagrado, uma reflexão sobre os direitos humanos e o que há de sagrado no ser humano. O ensaio nunca chegaria a ser publicado em vida da filósofa francesa, mas viria a marcar o pensamento em torno do conceito de “pessoa”, por se mostrar como um contraponto ao personalismo de Emmanuel Mounier e à ideia impensada do “carácter sagrado da pessoa humana”. O ensaio será publicado pela Guerra & Paz no âmbito da coleção “Livros Vermelhos”, com tradução de Rita Sousa Lopes.
Carta a D. História de um amor, André Gorz (Edições do Saguão)
Janeiro
Quando descobrir que a mulher, que sofria de uma debilitante doença crónica, estava a morrer, André Gorz, importante filósofo social do século XX, decidiu escrever-lhe uma carta em que declarava o seu amor. Carta a D foi editada em 2006 em França e foi um surpreendente sucesso comercial, que Gorz apreciou por pouco tempo — em setembro de 2007, o filósofo, então com 84 anos, e a mulher, Dorine, cometeram suicídio na sua casa em Vosnon. Tinham combinado que não sobreviveriam à morte um do outro. Após ter esgotado em Portugal, Carta a D. História de um amor terá em janeiro uma nova edição. Manteve-se a tradução de Rui Caeiro e as notas de Mariana Pinto dos Santos.
Cidadãos, Uma Crónica da Revolução Francesa, Simon Schama (BookBuilders)
Janeiro/Fevereiro
Publicado em 1989, Cidadãos, Uma Crónica da Revolução Francesa, do inglês Simon Schama, professor de História na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, é considerado um dos livros mais importantes sobre a história social, cultural e narrativa da Revolução Francesa. Editado em Portugal há cerca de dez anos, o livro está atualmente esgotado. A tradução foi revista para esta nova edição, a cargo da BookBuilders.
Confissões, Santo Agostinho (Imprensa Nacional – Casa da Moeda)
Fevereiro
As Confissões são, n dizer de Eduardo Lourenço, uma “obra mítica da cultura ocidental”. A mais conhecida e influente obra de Santo Agostinho, é também considerada a primeira autobiografia da história. Nela, o santo relata o caminho percorrido até à sua conversão. Publicadas há vários anos pela Imprensa Nacional – Casa da Moeda (INCM), que editou vários tratados de Santo Agostinho no âmbito da coleção de clássicos da filosofia, com tradução de Arnaldo do Espírito Santo, João Beato e Maria Cristina de Castro-Maia de Sousa Pimentel, as Confissões encontram-se há muito esgotadas. O texto foi revisto para esta nova edição.
Sontag, vida e obra, Benjamin Moser (Objectiva)
Fevereiro
Da autoria de Benjamin Moser, autor de Porquê Este Mundo, a biografia da escritora brasileira Clarice Lispector, Sontag, vida e obra, relata a história da norte-americana Susan Sontag, uma das mais importantes pensadoras do século XX.
Europeus Africanos, Uma História por Contar, Olivette Otele (Presença)
Fevereiro
Europeus Africanos, Uma História por Contar, de Olivette Otele, professora de História da Escravatura na Universidade de Bristol, em Inglaterra, traça a história desconhecida da presença africana na Europa, que muitos acreditam ser recente, partindo das vidas extraordinárias de um conjunto de indivíduos. Essa história começa com alguns séculos antes do nascimento de Cristo, com as rainhas de Merowe, nas margens do Nilo, e termina no Reino Unido contemporâneo. Um livro fundamental para pensar o legado do colonialismo.
Gulag, Anne Applebaum (Bertrand)
Fevereiro
Gulag, da jornalista norte-americana Anne Applebaum, documenta a história do Gulag, desde as suas origens durante a revolução russa e expansão durante o regime de Estaline até ao seu colapso quando a União Soviética começou a abrir-se ao mundo ocidental. O livro foi premiado com o Pulitzer de Não-Ficção em 2004.
Domínio: Como o Cristianismo moldou o pensamento ocidental, Tom Holland (Vogais)
Fevereiro
Em Domínio: Como o Cristianismo Moldou o Pensamento Ocidental, o historiador inglês Tom Holland traça a história do cristianismo desde a crucificação de Cristo até aos Beatles, defendendo a ideia de que quase todos os aspetos da civilização ocidental foram herdados da religião cristã. Publicado em novembro de 2019 no Reino Unido, a sua edição em Portugal esteve agendada para março do ano passado, acabando por ser adiada para 2022.
O Português à Descoberta do Brasileiro, Fernando Venâncio (Guerra & Paz)
Fevereiro
O novo livro do linguista e professor universitário Fernando Venâncio, autor de Assim Nasceu Uma Língua, sobre as origens do português, fala sobre a evolução da língua portuguesa na boca e escrita dos falantes brasileiros. Assim Nasceu Uma Língua, também publicado pela Guerra & Paz, venceu o Prémio de Ensaio Jacinto do Prado Coelho em 2020.
Manipulados — A verdade sobre a batalha do Facebook pelo poder absoluto, Sheera Frenkel e Cecilia Kang (Objectiva)
Fevereiro
Manipulados — A verdade sobre a batalha do Facebook pelo poder absoluto é uma investigação que revela os principais segredos das plataformas lideradas por Mark Zuckerberg (não apenas o Facebook). Da autoria de Sheera Frenkel e Cecilia Kang, duas jornalistas premiadas do The New York Times que têm acompanhado de perto a empresa, o livro foi publicado nos Estados Unidos da América em julho do ano passado. O Observador falou com as autoras em setembro, numa entrevista exclusiva para Portugal.
O Africano da Gronelândia, Tété-Michel Kpomassie (Tinta-da-China)
Fevereiro/Março
O Africano da Gronelândia é a história da infância do explorador e escritor do Togo (um dos mais pequenos países africanos, entre o Gana e a Burkina Faso), Tété-Michel Kpomassie, e de como o encontro com um livro o fez sonhar com a Gronelândia, que se tornou o único destino possível. O livro de memórias será editado pela Tinta-da-China no âmbito da coleção de literatura de viagens, com tradução de Margarida Periquito.
O perfume das flores à noite, Leïla Sliman (Alfaguara)
Abril
Conhecida por romances como No jardim do ogre (2014) ou No país dos outros (2020), a franco-marroquina Leïla Slimani apresenta neste ensaio uma reflexão sobre a escrita, o lugar da mulher na criação e a abnegação e entrega que a criação artística exige.
Pessoa. Uma Biografia, Richard Zenith (Quetzal)
Maio
Com mais de mil páginas (que poderiam ser muitas mais, já que cerca de 15% do texto original foi cortado durante a edição), que incluem mapas, cronologia, uma árvore da família do escritor e várias fotografias, Pessoa é a primeira grande biografia desde a de João Gaspar Simões, editada em 1950. Fruto de um intenso e longo trabalho de investigação, que ocupou vários anos da vida do investigador Richard Zenith, percorre cronologicamente a vida do poeta nascido em 1888 e falecido em 1935 em Lisboa, revelando pormenores desconhecidos e deitando por terra mitos que trabalhos anteriores perpetuaram. A biografia, publicada em inglês no final de julho do ano passado, foi considerada um dos melhores livros de 2021 pelos críticos do The New York Times.
George Lucas: A Life, Brian Jay Jones (Desassossego)
Maio
Brin Jay Jones, o autor da aclamada biografia de Jim Henson, criador dos Marretas, debruçou-se sobre a vida e obra de George Lucas, criador de uma das sagas mais populares da história do cinema, Star Wars.
Sister Outsider, Audre Lorde (Orfeu Negro)
Ainda sem data de lançamento
No primeiro semestre, a Orfeu Negro vai dar início à publicação da obra da poeta negra, lésbica, feminista e ativista norte-americana Audre Lorde, começando por Sister Outsider, que reúne alguns dos seus textos mais marcantes, ensaios, discursos, cartas e entrevistas, em que a autora explora temas como o sexismo, racismo, homofobia, poesia, erotismo e amizade “num registo lúcido e violento, poético e profundamente esperançoso”.