A entrada na universidade é um dos momentos mais importantes na vida de alguém, por isso, não é de estranhar que nervosismo e felicidade sejam emoções habitualmente associadas a esta etapa. Sobretudo, são muitas as dúvidas que surgem, pelo que importa esclarecê-las bem e, de preferência, o mais cedo possível, para evitar hesitações nas alturas cruciais. Foi precisamente com esse objetivo em mente que desenvolvemos este guia, onde procuramos dar resposta às perguntas mais frequentes dos candidatos ao ensino superior.

Quantos universitários há em Portugal? E o que estudam?

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Segundo dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência, no ano letivo 2020/2021 inscreveram-se no ensino universitário e politécnico um total de 411 955 estudantes, o que constituiu um máximo histórico no nosso país, correspondendo a uma subida de 4% face ao ano anterior. A mesma taxa de crescimento observou-se nas matrículas no ensino superior público, onde se verificaram 81% de inscrições. De destacar que a licenciatura é o grau académico mais procurado (57% de estudantes) e o número de inscritos em cursos técnicos superiores profissionais superou, pela primeira vez, os 18 mil alunos. A maior parte dos estudantes frequenta o ensino superior público (81% dos inscritos) e as preferências vão sobretudo para as áreas de ciências, tecnologias, engenharia, artes e matemática, onde estão mais de 60% do total de inscritos. Já as áreas relacionadas com as tecnologias de informação e comunicação destacaram-se pelo dinamismo, tendo registado um crescimento de 8,1% face ao ano anterior.

Como escolher um curso?

Embora haja quem saiba, desde muito cedo e com muita clareza, o que quer fazer no futuro profissional, o mais comum é que se tenham muitas dúvidas e incertezas sobre a vocação e a carreira a seguir. Para ajudar a desbloquear o impasse, há algumas coisas que se podem fazer:

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  • Procurar orientação vocacional – Diversas escolas secundárias disponibilizam aos alunos o apoio de psicólogos, sendo que entre as funções destes se incluem as de orientar processos de desenvolvimento vocacional e de carreira. Ou seja, estes profissionais têm a capacidade de ajudar os jovens a identificar os seus projetos pessoais, vocacionais e profissionais, além de que lhes disponibilizam informação e ainda os ajudam no processo de tomada de decisão. Fora das escolas é também possível encontrar conselheiros vocacionais que prestam este serviço.
  • Fazer testes psicotécnicos – Entre as ferramentas a que é possível recorrer para melhor identificar a vocação profissional, contam-se os testes psicotécnicos, constituídos por um conjunto de problemas para resolver (podem ser verbais, numéricos, com diagramas, sobre situações reais, entre outros) no menor tempo possível. Estes instrumentos permitem avaliar dimensões psicológicas e técnicas, bem como características da personalidade, possibilitando perceber que área ou áreas podem ser mais indicadas em termos profissionais.
  • Visitar feiras para estudantes – Realizam-se no país várias feiras com a intenção de apresentar aos estudantes as diversas ofertas educativas disponíveis, bem como proporcionar contacto com empresas e departamentos de recrutamento. O objetivo é tornar mais fáceis as decisões relacionadas com o futuro. São exemplo destas feiras a Futurália (vai realizar-se na FIL, em Lisboa, entre 30 de março e 2 de abril) e a Qualifica (acontece na Exponor, Matosinhos, entre os dias 20 e 23 de abril).

Como se acede ao ensino superior?

O acesso ao ensino superior público em Portugal faz-se, na generalidade dos casos, através do concurso nacional de acesso, que se realiza no final de cada ano letivo e organiza-se em três fases, segundo o calendário anualmente aprovado. A primeira fase decorre em agosto. Todavia, há concursos especiais que não seguem estes trâmites e que se destinam a estudantes que apresentem requisitos muito específicos, por exemplo, os maiores de 23 anos (ver mais abaixo), titulares de outros cursos superiores ou estudantes internacionais, entre outros.

A candidatura ao ensino superior pelo concurso nacional de acesso é gratuita e coordenada, a nível nacional, pelo Gabinete de Acesso da Direção-Geral do Ensino Superior e é feita online. O número de vagas a abrir para os diferentes cursos de cada escola é fixado anualmente, sendo que as vagas fixadas são colocadas a concurso logo na primeira fase do mesmo. Para as restantes fases ficam as vagas que não foram preenchidas nas fases anteriores. Sabemos que uma das preocupações das famílias são as propinas, pode sempre recorrer a um crédito pessoal, vá a Credibom.pt e conheça as soluções.

Exemplo: um pedido de crédito de 5000€ em 84 meses, o valor da prestação mensal é de 79,36%, TAN 8,24% TAEG 9,84% e MTIC 6.798,24€. Saiba mais em credibom.pt.

Quais são os requisitos para que alguém possa candidatar-se ao ensino superior?

Pode candidatar-se quem:

  •  Tenha concluído o 12.º ano no ensino português (ou no estrangeiro, caso seja equivalente);
  • Tenha realizado os exames nacionais correspondentes às provas de ingresso exigidas para o curso a que se candidata no ano em causa ou nos dois anos anteriores;
  • Apresente as notas exigidas para o curso a que se candidata;
  • Tenha cumprido os pré-requisitos (caso sejam exigidos para o curso pretendido);
  • Não esteja abrangido pelo estatuto de estudante internacional (neste caso, deve aceder através de concurso especial).

Que documentos são necessários para a candidatura?

Para a candidatura vai ser necessário:

  • Ficha ENES – Trata-se de um documento emitido pela escola secundária com a classificação final do aluno no ensino secundário e as notas obtidas nas provas de ingresso, bem como o código de ativação a introduzir aquando da candidatura online;
  •  Autenticação na plataforma de candidatura – É feita através de uma senha de acesso (pode ser pedida aqui ou através do Cartão de Cidadão (será necessário o respetivo código PIN e um leitor de cartões). De salientar que se o aluno optar pela senha de acesso, esta tem uma validade anual, ou seja, não pode usar a senha de anos anteriores, caso já tenha solicitado.

O que é o Ano Zero?

Esta pode ser uma boa opção para os estudantes que acabam o ensino secundário ainda sem ter a certeza do rumo que querem seguir. Pode ser também uma hipótese para os que não conseguiram média suficiente para entrar no curso pretendido ou ficaram com uma ou duas disciplinas do 12.º ano por concluir. Trata-se de um curso preparatório, disponível em diversas instituições de ensino superior, onde os alunos podem frequentar algumas disciplinas do curso que pretendem seguir posteriormente, com o objetivo de perceberem se o caminho é aquele. Terão igualmente aulas que os preparam para os exames nacionais, já que a frequência do Ano Zero não substitui o concurso nacional de acesso. Esta possibilidade existe, mediante o pagamento de uma propina, em universidades públicas e privadas.

O mais indicado será o aluno selecionar primeiro o curso que pensa vir a frequentar no ensino superior e, em função disso, escolher a instituição onde o Ano Zero está disponível, até porque pode haver algumas equivalências de disciplinas. Nalgumas instituições, esta modalidade pode chamar-se Regime Livre ou Unidades Curriculares Isoladas, mas independentemente da designação é importante ter em conta que o aluno não está efetivamente a frequentar o ensino superior.

Há um concurso especial para maiores de 23 anos que não completaram o 12.º ano?

Sim, os maiores de 23 anos que não completaram o ensino secundário têm a hipótese de ingressar no ensino superior por outra via que não a do regime geral de acesso. Para eles é criado, todos os anos, um concurso especial Maiores de 23 que os exclui de acabar o 12.º ano ou de fazerem as provas nacionais de acesso.  Os concursos especiais de acesso ao ensino superior público são geridos por cada estabelecimento de ensino superior, com calendário, vagas e critérios de seleção específicos e que importa consultar, sendo que também a candidatura é feita junto da instituição pretendida pelo estudante. De salientar que só pode concorrer quem tenha completado 23 anos de idade até 31 de dezembro do ano que antecede a candidatura.

É possível concorrer a uma bolsa de estudo?

O Estado atribui bolsas de estudo a alunos universitários com dificuldades económicas, para os ajudar a fazer face às despesas inerentes à frequência do ensino superior. As candidaturas a estas bolsas devem ser feitas através da plataforma BeOn [https://www.dges.gov.pt/wwwbeon/], entre 25 de junho e 30 de setembro. Se o aluno se matricular depois desta data pode candidatar-se nos 20 dias úteis seguintes. Todas as dúvidas sobre o regulamento destes apoios podem ser clarificadas através da consulta do Regulamento das Bolsas de Estudo no âmbito da Ação Social no Ensino Superior [https://www.dges.gov.pt/pt/pagina/regulamento-do-bolsas-de-estudo-no-ambito-da-acao-social-no-ensino-superior].

Há ainda bolsas de estudo atribuídas por diversas câmaras municipais (basta indagar junto do pelouro da educação do município da área de residência), bem como por várias entidades privadas, como a Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso-Americana, Fundação Oriente, Centro Europeu Jacques Delors, entre outras. Os próprios estabelecimentos de ensino superior (tanto públicos como privados) também concedem bolsas de estudo por mérito, que são atribuídas aos estudantes com resultados excecionais, independentemente dos seus rendimentos. Pode consultar aqui uma listagem de diversas entidades que concedem bolsas de estudos.

E se não for atribuída uma bolsa de estudos?

Os alunos com baixos rendimentos e a quem não foi concedida uma bolsa de estudos ou, mesmo que tenham conseguido este apoio, não conseguem fazer face às muitas despesas resultantes da frequência do ensino superior, têm à sua disposição outras soluções que devem ponderar antes de abandonar o sonho de ir para a universidade. Uma das hipóteses passa por pedirem um Crédito Pessoal, como o disponibilizado pelo banco Credibom [https://www.credibom.pt/credito/pessoal-promocional/], que permite um financiamento até 75.000 euros (TAN desde 3,99% e TAEG desde 6,05%), com prazos de 24 a 84 meses. Outra opção é o Crédito Pessoal Simples [https://www.credibom.pt/credito/pessoal-simples/], para financiamentos até 4.900 euros (TAN desde 6,80% e TAEG desde 10,93%) e prazos de 12 a 60 meses. Nenhuma destas soluções tem comissão de abertura de contrato, além de que o processo de adesão é feito online, de forma rápida e muito simples, havendo flexibilidade na escolha da data de débito da prestação.

Há outros apoios sociais além das bolsas?

Além de bolsas de estudo, as diversas instituições de ensino superior, através dos seus serviços de ação social (SAS), concedem diversos apoios aos estudantes que necessitem e cumpram determinados requisitos. Encontram-se aqui, por exemplo, os auxílios de emergência (como os acionados para ajudar a mitigar os efeitos da pandemia de Covid-19), os benefícios na área dos transportes (por exemplo, para alunos da Madeira e dos Açores), bem como acesso à alimentação, alojamento, serviços de saúde e atividades desportivas e culturais. Algumas concedem também apoios a alunos com necessidades educativas especiais, disponibilizam serviços de creche para filhos de alunos, entre outros apoios. Para saber o tipo de apoios disponíveis é aconselhável contactar os SAS da escola em questão.

Como se obtém o estatuto de trabalhador-estudante?

Pode haver necessidade de conciliar os estudos com o trabalho (é outra forma de contribuir para pagar propinas, alojamento e todas as outras despesas inerentes à frequência do ensino superior) e, para que o aluno não seja prejudicado, há dois estatutos que podem ser solicitados, conforme o caso:

  • Estatuto do trabalhador-estudante – Permite que o aluno deixe de estar sujeito à frequência de um número mínimo de disciplinas ou ao regime de prescrição, além de que pode faltar justificadamente ao trabalho para provas de avaliação, tem direito a dispensa do trabalho para frequência de aulas e em época de recurso não está sujeito à limitação do número de exames a realizar. Ainda assim, a manutenção deste estatuto está dependente de aproveitamento escolar, o qual deve ser provado à entidade patronal no final de cada ano letivo. A condição de estudante deve ser também atestada junto do empregador, com comunicação do horário das atividades educativas, sendo que este estatuto também pode ser atribuído a trabalhadores independentes. Mais informação aqui.
  • Estudante em regime de tempo parcial – É o estatuto atribuído ao aluno que opta por se inscrever apenas num número reduzido de unidades curriculares. Alguns estabelecimentos de ensino superior conferem um desconto nas propinas aos alunos que escolhem este regime [https://www.dges.gov.pt/pt/pagina/estudante-em-regime-de-tempo-parcial].

Como encontrar alojamento?

Esta é uma das maiores preocupações dos alunos deslocados e das suas famílias, que têm à sua disposição as seguintes hipóteses:

  • Residências estudantis Estes alojamentos são geridos pelas próprias instituições de ensino superior e o valor a pagar pelos estudantes é bem mais baixo que o praticado no mercado de arrendamento. Saliente-se que os estudantes que recebem bolsa de estudos têm prioridade no acesso a estas residências e os pedidos devem ser feitos juntos dos SAS por altura da matrícula.
  • Repúblicas de estudantes Fazem parte da tradição académica, constituindo um tipo de alojamento com gestão e regras de funcionamento próprias. Os valores a pagar são também mais em conta.
  • Alojamento solidário Nalgumas cidades decorrem projetos deste tipo, que visam o alojamento de jovens em casa de idosos a um preço mais acessível. Além de apoiarem o estudante, também contribuem para combater a solidão dos mais velhos.
  • Arrendamento de casa/quarto Esta acaba por ser a solução de muitos alunos deslocados, mas é também a mais onerosa. Para reduzir o valor a pagar, pode ser conveniente o aluno constituir um grupo com amigos ou colegas com o objetivo de arrendar um apartamento em conjunto, dividindo o valor total da renda e das despesas. Há vários de grupos de Facebook com ofertas deste tipo de alojamento, assim como diversas plataformas online dedicadas a este mercado.

O que ter em conta na hora de procurar alojamento?

Há algumas dicas a ter em conta se a opção passar por arrendar uma casa:

  1. Antes de começar a procura, é importante que se estabeleça o orçamento de que se dispõe para a renda e despesas. Este é um ponto prévio determinante, já que a oferta é vasta e os preços praticados podem ser desafiantes;
  2. É aconselhável procurar nas zonas próximas da universidade, para poupar tempo e dinheiro nas deslocações;
  3. Se não for possível ficar perto da universidade, há que privilegiar zonas seguras e com acesso fácil a transportes;
  4. Visitar a casa presencialmente antes de confirmar o arrendamento é muito importante;
  5.  Ter a certeza de que é feito um contrato de arrendamento e que o senhorio passa recibos mensais para que esta despesa possa ser deduzida no IRS;
  6. Confirmar que a casa dispõe dos equipamentos básicos necessários, para que não tenha de se gastar dinheiro a equipar/mobilar uma casa de outrem;
  7. Quem vai alugar a casa com outras pessoas, deve tentar conhecê-las previamente. O ideal é que possam conversar um pouco sobre os hábitos de cada um, as condições e regras que devem ser observadas na casa, nomeadamente no que diz respeito à limpeza, horários, visitas, ruído, etc.

Como gerir tudo sozinho?

A entrada no ensino superior marca uma enorme mudança na vida dos jovens, sobretudo daqueles que estão deslocados, pois não só têm de se adaptar a um mundo académico diferente e mais exigente, como passam pelos desafios da mudança de casa, conhecer novos amigos e colegas, afastamento da família, novas responsabilidades (cozinhar, limpar a casa) e ainda a necessidade de gerir um orçamento pela primeira vez. Isto tudo ao mesmo tempo que querem aproveitar ao máximo a sensação de liberdade e independência. Para que não percam o pé, há necessidade de alguma organização. Se o problema for a gestão do orçamento disponível, podem recorrer a uma simples folha de Excel ou instalar uma das muitas aplicações existentes para este fim, por exemplo, a My Wallets [http://walletsapp.com/] ou a Monefy [https://monefy.me/], entre outras. Já para planear melhor as rotinas, podem instalar a Agenda do Estudante Pro [https://apkpure.com/br/student-calendar-remember-tasks-todo-timetable/com.claudivan.agendadoestudanteplus], que ajuda na organização de atividades do dia a dia.

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