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O que é, ao certo, a autoestima?

A autoestima é a avaliação subjetiva que cada um faz de si próprio. Ou seja, é o conjunto de ideias, crenças e sentimentos que temos sobre nós mesmos. Em termos simples:

  • ter uma boa autoestima corresponde a uma boa opinião sobre nós
  • ter baixa autoestima implica dificuldade em reconhecer o seu valor e sentir-se bem consigo mesmo.
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 A baixa autoestima pode ter um impacto na saude mental?

Sim. As pessoas com baixa autoestima, por causa deste conjunto de crenças que têm e da maneira como se veem a si próprias, têm tendência para um conjunto de problemas de saúde mental, nomeadamente ansiedade generalizada e depressão.

A psicóloga clínica Helena Paixão refere que tudo isto pode dar origem a problemas nas relações, “seja pela grande dependência emocional dos outros ou por se manterem em relacionamentos tóxicos ou abusivos pela convicção de não merecerem uma relação melhor”.

A ciência mostra que as pessoas com uma boa autoestima são mais felizes, mais bem-sucedidas, têm melhores relações interpessoais e menos probabilidade de ficar deprimidas. “A autoestima pode funcionar como um escudo protetor ou, se quisermos, uma espécie de sistema imunitário mental, emocional e relacional que nos proteger de perturbações mentais”, diz a psicóloga.

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Como se desenvolve a autoestima? 

“A lente que temos hoje em relação a nós próprios vai sendo construída desde a infância. Não só através daquilo que os outros diziam de nós, mas também pela forma como fomos interpretando as nossas experiências”, explica Helena Paixão.

Depois, ao longo da vida, vamos também tendo um conjunto de vivências que influenciam a autoestima. “Experiências dolorosas ou traumáticas — e o trauma é equivalente a tudo o que tem impacto em nós e, por diversos motivos, não conseguimos processar e ultrapassar — podem ter um impacto bastante negativo na autoestima.”

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Que tipo de experiências na infância potenciam uma boa autoestima? 

As relações saudáveis e afetuosas com pais e cuidadores, bem como professores e educadores, são determinantes, “seja pela forma como nos amam, dão segurança e cuidam, como pelas crenças que nos vão transmitindo, sobre nós próprios e sobre o mundo à nossa volta”.

A psicóloga acrescenta ainda que “os pais que apoiam (sem comparar), amparam (sem julgar), colocam limites (com amor) e abrem um espaço de aceitação e comunicação consciente têm tendência a potenciar uma autoestima mais saudável nos filhos”.

Por outro lado, os professores e educadores também têm um papel importante na construção da autoestima “pelo apoio, aceitação e reconhecimento que dão — ou ausência dele — e pela forma como nos transmitem as nossas competências escolares”.

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E que tipo de experiências podem resultar numa baixa autoestima?

A ciência destaca algumas experiências ou contextos que são relativamente comuns a pessoas com baixa autoestima. O que está descrito nos livros é o mesmo que a psicóloga Helena Paixão encontra na experiência das consultas clínica. Nomeadamente…

  • … experiências negativas na infância e/ou adolescência, como críticas ou comparações constantes, abuso físico ou emocional, negligência ou falta de suporte emocional…
  • … ambientes com muita competição ou crítica excessiva, como a escola, atividades desportivas ou locais de trabalho em que há uma competição marcada, críticas severas ou comparações recorrentes…
  • … experiências traumáticas, como bullying, perdas significativas ou falhas públicas…
  • … contextos, grupos ou meios sociais que valorizam excessivamente o culto da aparência física, o sucesso financeiro e outros padrões (irreais) de perfeição e beleza.
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O que é que uma pessoa com baixa autoestima pensa sobre si mesma?

Uma pessoa com baixa autoestima é alguém que não gosta de quem é e de como é, ou seja, tem uma ideia negativa sobre si mesma. Helena Paixão, conta que há um conjunto de crenças e comportamentos muito típicos:

  • Tem tendência a desvalorizar-se, sobrevalorizando a opinião dos outros;
  • Sente uma insegurança excessiva e vive com uma sensação de incapacidade ou insuficiência;
  • Tem muito medo da rejeição e tendência a reprimir as próprias emoções e necessidades para agradar aos outros;
  • Tem a ideia frequente de que não é merecedora de amor e sente dificuldade em aceitar elogios;
  • Tem pensamentos automáticos comparativos, considerando que os outros são melhores e/ou mais capazes do que ela;
  • Por norma é demasiado crítica, tanto consigo própria, como com os outros;
  • Manifesta dificuldade em reconhecer as suas conquistas e, sobretudo, o seu valor enquanto pessoa;
  • Tem uma sensibilidade extrema à crítica, sentindo vergonha e inadequação mesmo quando as críticas são construtivas.
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Como se pode melhorar a autoestima?

Idealmente, procurando um profissional de saúde mental que possa ajudar nesse processo. No entanto, Helena Paixão deixa algumas ideias que se podem ter presentes e tentar colocar em prática sozinho:

  • Aumentar o autoconhecimento e identificar valores, necessidades, forças de caráter e pontos de vulnerabilidade;
  • Viver uma vida alinhada com os nossos valores e necessidades;
  • Dar prioridade ao autocuidado, fazendo disso um estilo de vida;
  • Praticar a assertividade e estabelecer limites pessoais;
  • Cultivar a autocompaixão;
  • Cultivar, regularmente, uma relação de amor connosco próprios, não numa ótica de perfeição, mas de crescimento e evolução.