“Atenção casos na margem sul.” Uma publicação viral de Facebook, do passado dia 9 de maio, alertava para uma suposta burla feita por alegados técnicos da qualidade de água que seriam, na verdade, assaltantes. “Não abram a porta, avisem idosos, vizinhos, família e amigos, é para vos roubar”, lê-se na publicação. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa e sem provas.
A primeira prova de que estamos perante uma publicação falsa é o tipo de escrita. A imagem tem pouca definição e parece ter sido editada, nomeadamente na parte do texto, para parecer um comunicado verdadeiro. Depois, a referência à empresa “Sabesp” tem um sentido: essa empresa é do Brasil e não de Portugal. Está sediada em São Paulo e trata-se da companhia de saneamento básico daquela região que trata dos serviços públicos de saneamento básico. Como se sabe, a empresa responsável por este tipo de serviços no nosso país é a Águas de Portugal, tal como o nome indica.
Depois, além de esta publicação já ter sido desmentida em território brasileiro, o Observador foi tentar obter esclarecimentos junto da Polícia de Segurança Pública. “A PSP informa que não tem conhecimento de qualquer ocorrência com o “Modus Operandi” indicado, na área da PSP”, esclarece aquela força policial. É também importante dizer que não há notícias recentes de eventos deste tipo quer em Lisboa, quer do outro lado do Rio Tejo, no distrito de Setúbal.
Segundo os fact-checkers brasileiros, a Sabesp chegou a emitir um comunicado a avisar de alegados funcionários falsos, mas nunca faz referência a um suposto “casal” ou “kombis”. É um aviso genérico que muitas destas empresas públicas costumam fazer nas suas redes sociais para avisar a população de eventuais situações de burla em que o seu nome seja envolvido. Essa publicação não faz sequer referência a esta que o Observador verificou.
Conclusão
Não é verdade que existam relatos ou ocorrências registadas — segundo a PSP, contactada pelo Observador — de alegados técnicos de qualidade da água que estão a assaltar habitantes da margem sul. Essa publicação começou a circular no Brasil e também foi desmentida naquele país. A empresa referida pertence ao Brasil e não a Portugal.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.