“Não temos nada contra a Ucrânia e não se trata de um bloco militar. É o direito de qualquer país a aderir a sindicatos económicos“, respondeu Vladimir Putin quando questionado sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia, deixando assim claro que não se opõe. À margem de uma sessão de perguntas e respostas no Fórum Económico em São Petersburgo, o líder russo diz que a relação com a Ucrânia vai “normalizar-se” aquando do fim da “operação militar especial”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros não têm conhecimento da morte de portugueses na Ucrânia, conforme foi anunciado pela Rússia. “Há registo de 7 cidadãos nacionais que contactaram os serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros informando da sua deslocação para a Ucrânia a título de ‘combatente voluntário’. Não há registo de mortes”, respondeu o MNE, em resposta a uma pergunta do Observador.

A Ucrânia vai impor vistos para os russos a partir de 1 de julho, anunciou o Presidente Volodymyr Zelensky, quando se aproximam os quatro meses da invasão russa do país.

No início da guerra, depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia a 24 de fevereiro, a Associação dos Ucranianos em Portugal recebeu cerca de 100 pedidos de informação sobre o que fazer para combater em Kiev. No entanto, o presidente da AUP não tem como saber se as pessoas seguiram para a Ucrânia ou não.

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ficou “muito comovida com as amáveis palavras do Presidente Zelensky ao telefone”, disse no Twitter. “Os ucranianos podem contar com o apoio constante da Comissão Europeia à medida que se deslocam no caminho para a UE”, escreveu ainda.

A França, principal produtora agrícola da União Europeia, enviou 31 toneladas de sementes hortícolas para a Ucrânia, após ter-lhe fornecido, entre abril e maio, cerca de 600 toneladas de batatas de semente.

A Legião Estrangeira que opera na Ucrânia não tem conhecimento da morte de nenhum combatente português, disse ao Observador fonte ucraniana.

Uma importante estrada da cidade bombardeada de Lysychansk está agora intransitável por causa dos ataques russos, de acordo com o governador regional de Lugansk. A estrada liga Lysychansk à cidade de Bakhmut, a 55 quilómetros a sudoeste. Serhiy Haidai acrescentou que Lysychansk permanece completamente sob controlo ucraniano.

Primeiro-ministro, que tinha mostrado reservas sobre candidatura oficial da Ucrânia, reuniu-se com partidos e mostrou-se surpreendido com posição alemã. Decisão favorável parece “inevitável”.

“É absolutamente necessário dialogar com Putin, e continuarei a fazê-lo — assim como o Presidente francês também“, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, à agência de notícias alemã DPA.

O Ministério das Finanças da Ucrânia revelou que os fundos, “angariados no acordo de empréstimo entre a Ucrânia e o Canadá”, serão “dirigidos ao Orçamento do Estado para financiar despesas prioritárias, e para garantir as despesas humanitárias”, avançou em comunicado.

Médica Yulia “Tayra” Payevska foi libertada.

Médica Yulia “Tayra” Payevska foi libertada. Tinha sido capturada pelas forças russas a 16 de março

Viktoria Apanasenko, voluntária em Chernihiv — que prepara comida para os batalhões do exército e para os idosos — vai representar a Ucrânia no concurso Miss Universo 2022.

O discurso diário de Volodymyr Zelensky incidiu sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia — algo a que estão “a um passo”.

O discurso diário de Volodymyr Zelensky incidiu sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia — algo a que estão “a um passo”. “A única coisa que resta é esperar pela decisão do Conselho Europeu na próxima semana.”

“Os valores ucranianos são valores europeus”, sublinhou.

E quero enfatizar que a integração europeia da Ucrânia não é algo puramente político, não é algo separado da vida das pessoas comuns. Pelo contrário. Quanto mais próximos estivermos de outros países europeus, mais oportunidades teremos para garantir a todos os ucranianos uma vida moderna e próspera.”

Fez um balanço da semana “extremamente útil para a Ucrânia”, salientando a visita de hoje de Boris Johnson a Kiev, a libertação da médica “Tayra” — capturada a 16 de março pelas tropas russas — assim como a ajuda militar dos Estados Unidos.

EUA prometem mais 962 milhões de euros em ajuda militar a Kiev

Viktoria Apanasenko, voluntária em Chernihiv — que prepara comida para os batalhões do exército e para os idosos — vai representar a Ucrânia no concurso Miss Universo 2022, avança a Euromaidan Press.

Chernihiv civic volunteer to represent Ukraine at Miss Universe 2022 pageant

Social worker by education, Viktoria Apanasenko helps the Kyiv-based Naїve restaurant to prepare food for the army battalions and the elderly.https://t.co/m1Rddia0cJ pic.twitter.com/vuGlns39so

— Euromaidan Press (@EuromaidanPress) June 17, 2022

“Ela e uma amiga estão comprometidas em fornecer alimentos, medicamentos e produtos de higiene a crianças, idosos e pessoas deslocadas no país”, sublinha o comunicado da organização Miss Universo Ucrânia.

“Durante anos, a comunidade ocidental tem manipulado essa história do envolvimento da Ucrânia nas suas estruturas de integração”, disse Maria Zakharova, às agências de notícias locais.

Rússia diz que UE “manipula” ucranianos com a perspetiva de adesão

Europa acusa Rússia de usar o gás como arma política. Agora o corte atingiu a Alemanha e não se sabe se vai durar. Que países são mais afetados, que alternativas têm? Estão prontos para o corte total?

Rússia já fechou o gás a pelo menos 9 países europeus. Quais as alternativas e os cenários para o corte total?

“Estou especialmente feliz em anunciar que conseguimos libertar a médica e voluntária ucraniana Yulia “Tayra” Payevska do cativeiro, ela já está em casa. Continuaremos a trabalhar para libertar todo o nosso povo e obter decisões ainda mais positivas para a Ucrânia“, sublinhou o Presidente Zelensky, no Telegram.

A médica tinha sido capturada a 16 de março pelas tropas russas em Mariupol. Com uma câmara de corpo GoPro, gravou a equipa médica a socorrer vários habitantes na cidade portuária ucraniana e até soldados russos.

Antes de ser capturada pelas tropas russas, conseguiu entregar o cartão com os registos à agência Associated Press.

Um dos vídeos, que pode chocar os leitores mais sensíveis, foi publicado a 22 de maio:

A Ukrainian medic recorded her time in Mariupol on a data card no bigger than a thumbnail, which @AP journalists smuggled out to the world.

Now she is in Russian hands. https://t.co/FnOQV5ynj1 pic.twitter.com/481btbacjv

— The Associated Press (@AP) May 22, 2022

“Uma paramédica ucraniana filmou a sua experiência em Mariupol num cartão de memória com tamanho de uma unha, que os jornalistas da AP revelaram ao mundo. Agora ela está nas mãos dos russos”, lê-se na legenda.

A Radio Free Europe/Radio Liberty divulgou um vídeo no Twitter que mostra a destruição causada pela guerra na cidade ucraniana de Mariupol.

Aerial footage captures contrasting images of the city of Mariupol before and after February 24, when Russia launched its military invasion of Ukraine – RFE/RL https://t.co/0wsDEFSSuA pic.twitter.com/GiRV3yyXxR

— Euromaidan Press (@EuromaidanPress) June 17, 2022

Dezenas de civis ucranianos realizaram exercícios militares em posições fortificadas deixadas por tropas russas em Bucha, cidade que foi palco de um massacre.

Novas imagens mostram como civis terão sido executados em Bucha

“A maioria dos que estão aqui não são soldados. São apenas civis que querem defender o seu país; 50% deles nunca empunharam uma arma até hoje”, contou um sargento conhecido como “Ticha”, cita-o o The Guardian.

Veja as imagens:

O Ministério das Finanças da Ucrânia revelou que os fundos, “angariados no acordo de empréstimo entre a Ucrânia e o Canadá”, serão “dirigidos ao Orçamento do Estado para financiar despesas prioritárias, e para garantir as despesas humanitárias”, avançou em comunicado.

“Esta decisão mais uma vez demonstra a liderança do Canadá no apoio ao povo ucraniano“, agradeceu o ministro das Finanças da Ucrânia, Sergii Marchenko, afirmando estar “grato” pelo apoio “inabalável”.

“É absolutamente necessário dialogar com Putin, e continuarei a fazê-lo — assim como o Presidente francês também“, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, à agência de notícias alemã DPA.

Estas declarações acontecem um dia após Olaf Scholz estar em Kiev.

As promessas, o consenso e os avisos. O que fica do discurso dos líderes europeus durante a visita à Ucrânia

“É necessário que alguns países, e alguns líderes, falem com ele, e é necessário que sejam claros”, disse, acrescentando:

Quando falo com Putin, digo, por exemplo… Por favor, entenda que não haverá paz, se realmente acredita que vai roubar algumas terras e espera que os tempos mudem e todas as coisas voltem ao normal novamente, está enganado.”

O presidente do PSD considerou hoje fundamental que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à União Europeia, mas defendeu que a situação deste país seja tratada como excecional.

“Aquilo que é a posição do PSD é aquela que desde o início do conflito temos transmitido: é absolutamente fundamental conceder esse estatuto à Ucrânia porque nós temos, em primeiro lugar, de demonstrar à Rússia que o que fez originou o efeito contrário do que pretendia. Não fazer isso é dar alguma vitória à Rússia e desmoralizar completamente a Ucrânia”, defendeu Rui Rio.

Costa tinha avisado sobre a necessidade de não dar falsas expectativas à Ucrânia. E diz agora que o parecer estabelece as condições necessárias para que a adesão aconteça, dizendo ser “fundamental” que todos os países que acompanhem a decisão de Bruxelas “o façam de boa fé e de corpo inteiro”, sem que se gerem as tais falsas expectativas que poderiam ter “um efeito ricochete muito inconveniente na credibilidade da UE e na confiança que os ucranianos têm na UE”.

“Sabemos que infelizmente no passado estes processos têm gerado essas incompreensões”, atira.

O primeiro-ministro insiste que “Portugal nunca teve uma posição ambígua”, mas para dizer que o país sempre condenou a invasão e sempre apoiou financeiramente, militar, política e humanamente a Ucrânia. E sempre que disse que iria aguardar pelo parecer de Bruxelas, sublinha.

“É preciso termos todos consciência de que não há alargamento sem que isso implique alterações da arquitetura da União Europeia. A minha convicção é de de que todos os meus colegas que têm de uma forma tão emotiva manifestado o apoio à adesão da Ucrânia seguramente estão cientes de que essas alterações são absolutamente essenciais”.

E, questionado sobre se Portugal não ficou sozinho ao manifestar tantas reservas, Costa responde: “Não sei se ficámos muito sozinhos. Falamos sempre verdade perante as circunstâncias e não temos cartas na manga. Quando temos dúvidas expomos dúvidas, quando temos certezas expomos certezas. Há factos que não devemos escamotear: a boa integração destes países pressupõe uma reflexão profunda sobre a atual arquitetura institucional e orçamental da UE. Ignorar estas circunstâncias significa entrar num caminho sem saber qual é o que vamos percorrer. É muito importante que todos estejamos cientes do caminho em que estamos a entrar coletivamente”.

Dá os exemplos da adaptação que seria preciso fazer à representação no Parlamento Europeu e ao quadro financeiro da UE. Apesar de acompanhar o parecer de Bruxelas, volta a insistir: “Há muitas formas de ser europeu”, mesmo sem fazer parte da UE.

Depois de ouvir os partidos durante o dia todo sobre a candidatura da Ucrânia à UE, António Costa, que já confirmou que Portugal será favorável à atribuição do estatuto de candidato ao país, responde às perguntas dos jornalistas.

Apesar de acompanhar agora o parecer favorável de Bruxelas, Costa continua a deixar avisos: “Como resulta claro do parecer da comissão e sempre dissemos, este vai ser um processo longo, exigente e incerto, e portanto não nos podemos distrair daquilo que é essencial: não descurar o que a Ucrânia mais necessita de imediato: apoio financeiro, militar, e humanitário”.

Além disso, continua, a possível integração da Ucrânia, mas também da Moldávia e países dos balcãs ocidentais têm um significado mais profundo para a UE e exigirão “uma reflexão sobre a futura arquitetura institucional e orçamental da UE de forma a criar boas condições para termos uma UE forte e unida”.

Costa apoia-se no parecer europeu: a resposta de Portugal, justifica, era aguardar pela opinião de Bruxelas e Portugal — que nunca assumiu diretamente se era favorável ou não — “confia na avaliação que a Comissão Europeia faz das condições que a Ucrânia preenche”. “Este é um primeiro passo que exige o preenchimento de múltiplas condições”, volta a avisar.

Uma importante estrada da cidade bombardeada de Lysychansk está agora intransitável por causa dos ataques russos, de acordo com o governador regional de Lugansk.

A estrada liga Lysychansk à cidade de Bakhmut, a 55 quilómetros a sudoeste.

Serhiy Haidai acrescentou que Lysychansk permanece completamente sob controlo ucraniano.

Até ao momento, a Legião Estrangeira que opera na Ucrânia não tem conhecimento da morte de nenhum combatente português, disse ao Observador fonte ucraniana.

Assim, tal como o Governo português, também fonte da Legião Estrangeira não confirma a informação do Exército Russo de que 19 “mercenários” portugueses foram mortos na Ucrânia.

No entanto, os combatentes de outros países não têm necessariamente de se juntar à Legião Estrangeira e muitos dos que são recusados por falta de experiência militar acabam por seguir para a linha da frente pelos seus próprios meios.

Com João Porfírio

O PS concordou hoje com a concessão à Ucrânia do estatuto de país candidato à adesão à União Europeia, mas defendeu que durante esse processo deve ser aprofundada a discussão sobre a “arquitetura institucional e orçamental do espaço da UE”.

“O PS é favorável a que seja concedida à Ucrânia um horizonte de integração europeia por intermédio da concessão do estatuto de país candidato à UE. Julgamos, no entanto, que é muito importante que esse processo, que tipicamente será um processo longo e moroso, tal como sucedeu também com Portugal ,que durante esse processo seja aprofundada a discussão sobre a arquitetura institucional e também orçamental do próprio espaço da UE”, afirmou.

A França, principal produtora agrícola da União Europeia, enviou 31 toneladas de sementes hortícolas para a Ucrânia, após ter-lhe fornecido, entre abril e maio, cerca de 600 toneladas de batatas de semente, anunciou hoje o Governo francês.

Estas ajudas destinam-se a combater os “efeitos desastrosos da invasão russa na segurança alimentar da Ucrânia” e foram oferecidas por empresas francesas especializadas na produção e distribuição de sementes, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês em comunicado.

As sementes hortícolas recentemente enviadas para o país em guerra (beterraba, cenoura, couve, tomate, etc.) permitirão o cultivo de mais de 9.500 hectares de terrenos agrícolas e hortas e a colheita de até 260.000 toneladas de produtos alimentares, acrescentou o ministério.

A França está a fazer todos os esforços para apoiar a Ucrânia e permitir-lhe continuar o semeio e as colheitas para garantir a segurança alimentar do país e dos seus clientes”, segundo o comunicado.