Em jeito de resposta às críticas por os líderes das três principais potências europeias ainda não terem visitado a Ucrânia, Emmanuel Macron, Olaf Scholz e Mario Draghi rumaram esta quinta-feira em conjunto à capital da Ucrânia, Kiev, e ainda viram de perto a destruição do conflito na cidade de Irpin. A este trio de governantes juntou-se ainda o presidente romeno Klaus Iohannis. Aqui e ali, os visitantes foram deixando mensagens claras para a Rússia, que condenam pela agressão a um estado soberano, e ainda promessas de solidariedade para com o povo da Ucrânia.

A principal mensagem da visita, vincada tanto pelo primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, como pelo presidente francês, Emmanuel Macron, foi a de união e consenso sobre a Ucrânia ter o estatuto oficial e “imediato” de candidata à União Europeia. “Os quatro apoiamos o estatuto de candidato imediato à União Europeia”, sublinhou Emmanuel Macron, acrescentando que a Europa “aspira à paz no continente”, sabendo que não se trata de “um dado adquirido”. E, segundo Macron, este estatuto “será acompanhado por um guia e irá ter em conta a situação nos Balcãs e na vizinhança, em particular na Moldávia”.

O italiano Mario Draghi afinou pelo mesmo diapasão. “A Itália quer que a Ucrânia esteja na União Europeia”, disse o primeiro-ministro italiano no discurso desta tarde. “A mensagem mais importante desta visita é a de que a Itália quer que a Ucrânia esteja na União Europeia e que tenha o estatuto de candidata.”.

Draghi relembrou ainda que a “União Europeia demonstrou e continua a demonstrar uma extraordinária unidade no apoio à Ucrânia, tal como foi pedido pelo presidente ucraniano”. O governante agradeceu também a “grande solidariedade demonstrada pelos italianos e por todos os europeus que acolheram nos seus lares os refugiados ucranianos, que escapam dos bombardeamentos.”

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Por sua vez, o chanceler alemão, Olaf Scholz, também declarou que a “Ucrânia pertence à família europeia”. Durante a conferência de imprensa conjunta, o político alemão garantiu que os Estados-membros da União Europeia vão discutir o tema do estatuto de candidato à UE “nos próximos dias”. E recordou que a necessidade de unanimidade entre os Estados-membros neste tema não está esquecida. “Sabemos que é necessária unanimidade entre os 27 países da UE.”

Da parte da Roménia, as palavras de Klaus Iohannis, o presidente romeno, foram de solidariedade e de apoio à Ucrânia. “Estamos totalmente solidários com o povo ucraniano, lamentamos a perda de inúmeras vidas humanas, mas também a perda de hospitais, casas, escolas e de todas as estruturas destruídas” pelos russos. E, na intervenção, sublinhou que a Ucrânia respeita os valores e encontra-se “em condições de aderir à UE”.

Para a Rússia, fica um aviso, após os líderes europeus terem testemunhado a “barbárie” em Irpin. “Esta escolha pela agressão para se sobrepor a um povo é algo que não aceitamos e que nunca aceitaremos”, sublinhou Emmanuel Macron, que acrescentou que os crimes e destruição visíveis em vários pontos da Ucrânia “não ficarão impunes”.

Zelensky diz que “maioria dos ucranianos quer fazer parte da UE”

No discurso após a conclusão da reunião com os líderes europeus, Zelensky garantiu que é “fundamental” que a Ucrânia “seja membro da União Europeia e ainda antes disso que tenha acesso aos benefícios do estatuto de candidato.” “A grande maioria dos ucranianos quer fazer parte da UE”, disse o presidente ucraniano.

E, nesta ocasião, aproveitou para lançar farpas à Rússia, que acusa de ter o objetivo claro de “destruir a Ucrânia”. “A Rússia quer mostrar que a unidade europeia já não existe e por isso temos de juntos mostrar que isso não é verdade”, acrescentou em declarações à imprensa internacional.

O Presidente da Ucrânia revelou também que discutiu com os quatro líderes que o visitaram em Kiev “soluções para terminar com a crise de fome mundial, consequência do bloqueio dos portos ucranianos”.

França, Itália, Alemanha e Roménia apoiam estatuto da Ucrânia como candidato imediato à UE