20 anos depois, o valor dos medicamentos genéricos continua a ser provado, ano após ano. Após uma fase de adaptação, este tipo de medicamento é hoje bem aceite pelos pacientes em geral. Não existem dúvidas fundamentais quanto à sua qualidade, segurança e eficácia. Mas os genéricos ainda podem contribuir para uma melhor saúde dos portugueses.

Segundo dados muito recentes da APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares, os medicamentos genéricos geraram, nos últimos vinte anos, uma poupança superior a 7 mil milhões de euros ao Estado e às famílias portuguesas. Também a APOGEN e a Associação Nacional das Farmácias (ANF) comunicaram recentemente que, no ano passado, os medicamentos genéricos vendidos nas farmácias permitiram poupar mais de 509 milhões de euros aos portugueses, o valor mais alto dos últimos 12 anos.

O caminho até hoje é, sem dúvida, positivo.  Mas ainda há muito por fazer. Desde logo, e apesar de já se terem passado 20 anos desde a chegada dos genéricos, ainda é necessário combater o mito de uma certa facilidade na disponibilização destes medicamentos. Trazer genéricos para o mercado envolve um complexo, moroso e dispendioso processo de Inovação & Desenvolvimento. Não há “copy/paste” feito a partir de medicamentos originadores. Pelo contrário, há um exigente e rigoroso trabalho para garantir a sua bio-equivalência e bio-disponibilidade. Assim, é importante reconhecer quem cria e produz estes medicamentos, uma vez que só com ambição e dimensão/escala se pode criar valor ao ecossistema da saúde.

Acreditamos que, junto da classe médica, é também necessária uma nova vaga de sensibilização, já que os medicamentos genéricos têm uma evolução natural que deve ser passada a quem os receita. Neste aspeto, os farmacêuticos desempenham um papel fundamental, numa perspetiva da sustentabilidade dos preços praticados, sendo eles quem acompanha os utentes de uma forma próxima na fase pós-prescrição.

Sem dúvida que, apesar de um primeiro passo ter sido dados nos últimos 20 anos, ele não é suficiente. Ainda há muito que pode ser feito e a sustentabilidade dos medicamentos genéricos é o principal desafio. O acesso a terapêuticas seguras, eficazes e mais sustentáveis já deu provas do seu contributo. De futuro é importante continuar este caminho e reforçar o papel dos medicamentos genéricos, de forma a que possamos todos contar com uma melhor saúde.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR