Numa era em que tudo acontece tão rapidamente, em que os hábitos e atitudes mudam permanentemente, em que a instabilidade e a incerteza são uma realidade, e em que a exigência com o sucesso é uma constante, as organizações tendem a converter-se em automatismos desumanizados, táticos e facilmente replicáveis.

Historicamente vivemos uma evolução de tendências, em que primeiro os produtos foram o foco, depois vieram os tempos das marcas de produto e das marcas corporativas, e agora fruto das fragilidades criadas pela digitalização estamos num momento de necessidade de acrescentar e complementar as anteriores com o novo desafio das marcas humanas que constituem um requisito cada vez maior e mais presente de voltar a humanizar as organizações e as suas marcas como forma de potenciar uma orientação de gestão mais estratégica e diferenciadora.

É neste contexto que os líderes surgem como o principal embaixador das organizações, como a principal marca humana das organizações, e isto é válido tanto para os stakeholders externos como internos destas.

Ao longo dos tempos sempre se discutiram as características de liderança e foi-se catalogando os líderes do passado ou do presente, os líderes financeiros ou comerciais, os líderes das economias ou das indústrias, os líderes dos ciclos de vida e da sustentabilidade dos negócios.

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E agora, depois de tantas fórmulas e equações apresentadas ao mundo, atrevo-me a desafiar a introdução da fórmula química do sucesso da liderança na era da economia reputacional: CE2O.

  • C de caráter e estrutura que se reflete em características comportamentais individuais, sociais, emocionais e racionais de transparência e conduta ética
  • E de estratégia que se reflete no desenvolvimento económico responsável, seguro, sustentável e gerador de resultados
  • E de energia que se reflete no alinhamento, motivação, compromisso e performance dos colaboradores
  • O de organização que se reflete na excelência de gestão e na visão clara sobre o presente e o futuro

A aplicabilidade desta fórmula química contribui seguramente para a dinamização dos líderes e consequentemente das suas organizações no que respeita a comportamentos dos seus stakeholders: admiração, relevância, confiança, preferência, compra, lealdade, compromisso e defesa perante adversidades.

Líderes fortes tendem a potenciar a reputação e os resultados das organizações numa perspetiva de médio e longo prazo.

Em Portugal, precisamos estar atentos à urgência de aplicar esta fórmula química, pois tendo por base o trabalho científico conduzido ao longo dos últimos três anos pela OnStrategy, a maior conclusão reside no facto de se verificar que ao consolidar as dimensões e atributos emocionais e racionais da reputação das organizações e dos seus líderes, e fora do âmbito das organizações familiares, entre as 200 marcas com melhor reputação e 100 marcas com maior valor financeiro associado à reputação, apenas 7 líderes têm maior reputação que a marca institucional da organização em que trabalham.

Partner e CEO da OnStrategy