Decorreu na semana passada a 29ª edição anual do Estoril Political Forum, promovido pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, sob o Alto Patrocínio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Mais de 600 pessoas acorreram durante os três dias do encontro ao Hotel Palácio do Estoril — o hotel dos aliados anglo-americanos durante a II Guerra Mundial e também o berço do James Bond de Ian Fleming.

Na semana passada, essa tradição liberal democrática foi reafirmada. O título global do encontro era inequívoco: “On the 80th Anniversary of the Atlantic Charter: Structuring a New Alliance of Democracies”. Oradores dos mais diversos países e das mais distintas Universidades, sobretudo europeias e americanas, mas também do Brasil e da África lusófona, convergiram na defesa da democracia liberal.

E a democracia liberal bem precisa de ser de novo defendida nos dias que correm. Ela assenta num dualismo sofisticado, dificilmente compreensível pelo radicalismo tribal que hoje domina as redes sociais. Por um lado, a democracia liberal assenta no pluralismo e na concorrência entre partidos rivais que aspiram obter a maioria em Parlamentos nacionais — e, por essa via, derrotar o partido rival; por outro lado, esse pluralismo e essa concorrência assentam num comum acordo e num comum escrupuloso respeito pelas regras gerais da democracia parlamentar. Nos bons velhos tempos, essas regras eram chamadas de “civility” ou “gentlemanship”.

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