Enquanto professor, seria muito cómodo para mim aproveitar este artigo para massacrar o Ministério da Educação e respetivo Governo, pela gestão desastrosa da recuperação do tempo de serviço docente. Independentemente do que foi feito e falta fazer, o Ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues será para sempre lembrado como um inapto para o cargo, distante, incapaz de se impor no Governo de António Costa. A frase “defenderei radicalmente os professores”, sabemos agora, não passou de bluff de um infeliz soundbyte.
Os professores estão de luto, existe um sentimento de esgotamento emocional sem paralelo na recente história educativa. A indignação levou à resignação, fruto de uma luta contínua de mais de uma década. A saturação é total. Sindicatos e Ministério da Educação precisam de estabelecer pontes que iniciem um processo de recuperação da sua imagem, mas principalmente da alma de se ser professor. Estamos num momento decisivo e brevemente a falta de professores será algo regular e uma consequência direta de políticas educativas que de forma contínua desvalorizaram a docência.
Dói quando constatamos que um professor é agredido e da Tutela apenas temos um silêncio ensurdecedor, dói quando assistimos ao nosso Primeiro-Ministro criar uma crise política fictícia, ao mesmo tempo que atira milhões para a banca ou permite que o vencimento de juízes seja superior ao seu. Faltou critério e honestidade intelectual para com os professores, para com os portugueses e isso não irei esquecer e não estou preparado para perdoar tão cedo.
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