Nos últimos dias, temos assistido ao pior que a política pode trazer à vida de todos os portugueses. O Primeiro-Ministro António Costa e os seus camaradas socialistas têm insistindo em mergulhar Portugal em constantes crises políticas, escândalos e num marasmo pior do que a bancarrota de José Sócrates ou o pântano de António Guterres.

A verdade é que, em qualquer outro país europeu, perante os escândalos, as demissões, o compadrio, as polémicas, a incompetência e a incapacidade para reformar Portugal, o Governo de António Costa já não estaria em funções e o Partido Socialista dificilmente ganharia novamente umas eleições nos próximos anos.

Mas pior do que permitirmos que este Governo continue em funções, são os impactos que a governação do Partido Socialista tem e tudo indica que continuará a ter para o país.

Vivemos num país onde 3 em cada 4 jovens recebem menos de 950 euros e onde a idade média para sair de casa dos pais se situa nos 34 anos, quando a média da União Europeia se fixa nos 26,5 anos. Este cenário empurra, naturalmente, qualquer jovem a procurar melhores condições fora do seu país, longe da família e dos seus amigos.

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Mas também vivemos num país que tem o 8º pior salário médio líquido da União Europeia, mas que, simultaneamente, tem a 9ª carga fiscal mais elevada dos 38 países que compõem a OCDE.

Portugal é hoje um país onde a igualdade de oportunidades não existe e onde a mobilidade social é mais difícil de alcançar do que encontrar um Ministro competente no Governo do Partido Socialista.

É um país onde, quem tem dinheiro, pode ter acesso a um ensino de qualidade e, quem não tem, tem de se sujeitar a uma escola sem professores e nivelada pelo facilitismo. É um país onde, quem tem dinheiro, pode recorrer a um seguro de saúde, deslocar-se a um qualquer hospital privado e ter acesso a uma consulta ou tratamento a tempo e horas enquanto que, quem não tem dinheiro, é-lhe negado a um direito básico da Constituição da República e é sujeito a intermináveis tempos de espera. Veja-se o paradoxo de termos hoje mais de um milhão e meio de portugueses sem médico de família quando António Costa prometeu em 2016 que todos os portugueses teriam um médico de família atribuído no ano seguinte.

Mas Portugal é também o país onde o interior é esquecido e se continua a ignorar o facto de que, nos últimos 10 anos, um quarto dos municípios portugueses perdeu população e quase todos eles se localizam no interior do país onde, por inércia do poder instalado e centralista, continuam a ser vetados a importantes investimentos e à deslocalização de serviços do Estados para estes territórios.

Portugal precisa urgentemente de uma alternativa que acorde este país adormecido e recupere a ambição que sempre caracterizou o nosso povo. Uma alternativa que procure aliviar Portugal da asfixia fiscal em que se encontra, possibilitando o crescimento económico pois só desta forma é que os salários poderão aumentar e garantir um futuro às novas gerações. Uma alternativa que garanta a mobilidade social por via da liberdade de escolha na educação e na saúde, reduzindo assim as profundas desigualdades sociais que temos no nosso país. Uma alternativa que troque os powerpoints por uma estratégia competente para resolver o problema da falta de habitação em Portugal, permitindo assim que os jovens portugueses se consigam emancipar. Uma alternativa que tenha a coragem política necessária para, de uma vez por todas, privilegiar o interior do país em detrimento dos grandes polos populacionais no que diz respeito ao investimento público.

No fundo, precisamos de largar o comodismo em que mergulhámos enquanto país e arriscar na ousadia de mudar de rumo. Porque se continuarmos por este caminho, o nosso futuro e, em particular, o das novas gerações, não será rosa certamente. Uma coisa é certa: isto é tudo muito triste.