O Dia do Trabalhador é uma data para refletirmos sobre as conquistas laborais que conseguimos nas últimas décadas, mas também nos desafios e nos obstáculos que persistem no nosso caminho. Para nós, jovens portugueses, este dia é sobretudo uma lembrança da falta de Oportunidades que limitam a nossa Liberdade, condicionando assim o nosso Futuro. No Dia do Trabalhador, não pedimos apenas empregos, mas sim Oportunidades que correspondam às nossas ambições e que respeitem as nossas qualificações.

Enquanto jovens portugueses, enfrentamos uma taxa de desemprego superior à média europeia e deparamo-nos com salários baixos que não refletem as nossas qualificações, levando a que muitos de nós – um em cada três, para ser concreto – procurem o seu projeto de felicidade fora de Portugal. Os diplomas devem ser passaportes para um Futuro digno e promissor, mas não um passaporte para o estrangeiro.

A disparidade de oportunidades é ainda mais flagrante quando a analisamos à luz da distribuição pelo território continental. A divisão entre o litoral desenvolvido e o interior esquecido e despovoado é bastante clara, levando os jovens que aí vivem a lutarem ainda mais por empregos que, simplesmente, não existem. A coesão territorial não deve ser apenas um mapa de intenções nem apontamentos bonitos para discursos políticos, mas um território de ação que garanta a igualdade de oportunidades para todos os jovens, independentemente do local onde nasçam ou cresçam.

Mas celebrar o Dia do Trabalhador é também lembrar e reforçar que temos um longo caminho a percorrer no que toca à igualdade entre homens e mulheres no mundo do trabalho – é inaceitável que uma mulher receba cerca de menos 11% do que um homem em igualdade de circunstâncias.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Neste Dia do Trabalhador, devemos também reafirmar o compromisso com a construção de um mercado de trabalho que valorize a juventude e que invista na conciliação entre a vida profissional e pessoal.

O desemprego jovem em Portugal não é apenas uma estatística; é uma geração à espera de ser ouvida e valorizada. Por isso, é imperativo:

  • acelerar a implementação da semana de 4 dias de trabalho e simplificar o regime de trabalho flexível, alargando-o aos trabalhadores-estudantes;
  • divulgar o intervalo salarial proposto nas vagas de emprego publicadas;
  • promover o empreendedorismo na educação;
  • beneficiar a contratação e ascensão profissional das mulheres no mercado de trabalho;
  • possibilitar aos nossos empresários melhores práticas de gestão.

Estes são alguns exemplos de políticas públicas que oferecerão uma oportunidade a muitos jovens portugueses e que devolverão a esperança e a Liberdade à nossa geração. Neste Dia do Trabalhador, relembro: o valor de um país está na forma como ele investe e acredita na sua juventude. Faço parte de uma geração que está pronta para construir o seu Futuro e para o qual deixo este primeiro contributo.