Tudo o que Francisco Louçã faz é política. Não é um historiador, é um político. Por isso, escreve ensaios históricos para fazer política. Foi o que fez num artigo publicado na Revista do Expresso na semana passada com um ensaio sobre o liberalismo. A tese é extraordinária. Para Louçã, os liberais acabam, inevitavelmente, a apoiar ditaduras fascistas. Só uma mente Marxista-Leninista poderia defender uma tese tão absurda e falsa. Aliás, para as forças políticas marxistas a verdade foi sempre um detalhe secundário.
Louçã quer impressionar as figuras mais vulneráveis e influenciáveis da IL para dividir o partido. O que mostra, de resto, que o Bloco teme a IL. Sendo o objectivo enfraquecer a IL para reforçar o Bloco, vamos tratar a questão olhando para partidos, regimes e governos, comparando os liberais com os Marxistas-Leninistas. Podemos deixar a história de lado.
Um regime político deve garantir as liberdades individuais, a igualdade entre os cidadãos perante a lei, a independência das instituições e dos tribunais, o Estado de direito, a prosperidade económica e a justiça social. Esta frase é consensual. Quais são os países com regimes liberais? Em termos gerais, fala-se das democracias ocidentais como democracias liberais. Mas umas são mais liberais do que outras. Naturalmente, os regimes mais liberais são aqueles que mais frequentemente são governados por partidos liberais (ou com partidos liberais nas coligações de governo).
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