Sim, como resulta claro do título, esta semana falarei de Nossa Senhora. E vou falar também do Papa. Mas antes, e por respeito às hierarquias religiosas, falemos de Pedro Nuno Santos. Uma vez que a aura divina do ex-ministro voltou ontem a sentar-se, por intermédio das divinas nádegas do outra vez deputado, na Assembleia da República. Portuguesa. Lamentavelmente.

Aliás, se escutarem com atenção, é já perceptível um som que remete para castanholas. Mas que, na verdade, é produzido pelo choque ritmado de rótulas, umas na outras. Pois é. São já as perninhas dos banqueiros alemães a tremerem de novo, com o regresso daquele que, um dia, ameaçou deixá-los com as perninhas a tremer.

Exagero ao deificar Pedro Nuno, dirão alguns. Pobre desses, respondo eu. Pois ainda não entenderam que Pedro Nuno é tudo. Pedro Nuno é todo o espaço. Pedro Nuno é todo o tempo. É todo o espaço porque, assim que conseguir ficar com o lugar de António Costa, ocupará todo o espaço político à esquerda do PS. E é todo o tempo porque logo que os portugueses o elejam como futuro primeiro-ministro, aí sim, vai ser ver o país a voltar ao passado. E nem é ao passado de Portugal. É mesmo ao passado da Albânia na segunda metade do século XX.

Por falar nessa saudosa Albânia, quem ficou muito indignada com a transferência de grávidas do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para hospitais particulares foi Mariana Mortágua. Diz a grande líder do Bloco de Esquerda que tal facto representa “o fim do Serviço Nacional de Saúde”. O que é estranho porque, pelo menos a mim, dá-me ideia que garantir condições às mulheres portuguesas durante a gravidez é um serviço, nacional, e de saúde. Mas enfim, poder-me-á ter escapado alguma coisa. Já a Mariana Mortágua não escapa nenhuma oportunidade de demonstrar quão horrendas são as suas ideias e convicções políticas.

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Mas, lá está, para Mariana Mortágua trata-se de aproveitar as derradeiras oportunidades para explanar tudo o que de mais grotesco o comunismo tem para oferecer, até, ironia do destino, Pedro Nuno Santos fazer um bem capitalista “takeover hostil” ao Bloco de Esquerda. Porque, como resulta claro, Pedro Nuno Santos sabe muito bem o que quer: ser líder de Portugal. Que é o exacto oposto de Joe Bider: é líder dos Estados Unidos da América, mas não faz a mínima ideia quem é.

Vem Joe Biden a propósito do 4 de Julho, dia da independência dos Estados Unidos, que se celebrou ontem. E que me fez lembrar aquele filme passado na América chamado “Paris, Texas”. Que, por sua vez, me fez lembrar Paris, a capital francesa. Que, por estes dias de total destruição, podia, ela sim, ser protagonista de um novo sucesso de bilheteira intitulado “Paris, mesmo como o século XIX no Texas”. Que, para quem tiver preguiça de consultar a Wikipédia, diz que não foi dos séculos mais calmos pelas banda desse estado norte-americano.

Aqui chegado, constato que abri a prometer falar de Nossa Senhora e do Papa, e nada. Mas é até um bocado culpa vossa, ainda alimentarem a esperança de que, neste espaço de opinião, seja dada primazia ao rigor. Mas enfim, desta vez até estão com sorte. Se não reparem neste desabafo em forma de prece: que Nossa Senhora ilumine o Papa no amnistiar das multas dos jovensdos 16 aos 30 anos que, assim como assim, quem as paga somos nós.