O tecido empresarial de uma economia verdadeiramente sustentável deve ser um ecossistema em que convivem realidades diversas e em que empresas de todas as dimensões, origens e setores concorrem entre si, mas cujo resultado final a todos beneficia.

Em vez de uma competição sem regras, as empresas coexistem e beneficiam do trabalho e do investimento que é feito e que a todos toca num ciclo virtuoso de criação e distribuição de riqueza.

A colaboração entre grandes empresas, start-ups e parceiros estratégicos, aliada à partilha de conhecimento e à promoção de soluções inovadoras, é mesmo a chave para a construção de ecossistemas de inovação que impulsionem a sustentabilidade, possibilitando a combinação do know-how e experiência das grandes empresas com a agilidade, inovação e empreendedorismo característico das start-ups.

Estão assim combinados os ingredientes essenciais para criarmos uma oportunidade única de potenciar um futuro mais promissor, onde o desenvolvimento tecnológico se conjuga com a responsabilidade ambiental e social.

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Juntas, as empresas que convivem nesse ecossistema e que não se isolam em silos, podem semear novos ecossistemas de inovação para a sustentabilidade e contribuir para um mundo mais verde, digital e inclusivo.

É assim tempo de agir e de transformar as nossas ideias em ações concretas. O futuro está nas nossas mãos e depende da forma como cultivamos o terreno da inovação sustentável.

A urgência da sustentabilidade ambiental e social requer esforços colaborativos e compartilhamento de conhecimento. Nesse sentido, a formação de parcerias dentro de ecossistemas empreendedores revela-se como um elemento fundamental e um importante acelerador, envolvendo diversos atores, tanto públicos quanto privados, desde câmaras municipais a start-ups, especialistas, sociedade civil e académicos, criando assim um ecossistema de partilha e colaboração ativa.

A colaboração com start-ups em estágios iniciais, que desenvolvem soluções tecnológicas voltadas para a sustentabilidade, tornou-se não apenas essencial, mas imprescindível. Ficou claro, nos últimos anos, que a dupla transição – digital e verde – está a transformar as estratégias de crescimento das empresas e a dominar os planos de evolução para o futuro.

É impossível, portanto, ignorar a inevitabilidade, mas também o potencial que está por trás da adoção de medidas que acompanhem as tendências do mercado e impulsionem a inovação rumo à sustentabilidade. E a colaboração entre inúmeros agentes pode tornar possível fazê-lo com maior rapidez e, muitas vezes, de maneira disruptiva.

Foi com esse objetivo em mente que a Deloitte Portugal, a Startup Lisboa e a Unicorn Factory Lisboa se uniram no CleanFuture, uma parceria para promover soluções de Cleantech através do programa de aceleração global.

Este programa representa uma das nove operações do Beato Living Lab Creative Hub, co-financiado pelas EEA Grants no âmbito do Programa “Ambiente, Mudanças Climáticas e Economia de Baixo Carbono”, com o objetivo de reduzir os impactos ambientais, sociais e económicos associados à emergência climática e à ultrapassagem dos limites planetários.

Para além da Deloitte, o programa CleanFuture conta também com a participação estratégica de outros parceiros (como é o caso dos CTT, da Mext (Mota-Engil), EMEL e GS1 Portugal), cada um desempenhando um papel-chave em diferentes áreas do programa.

Durante uma das muitas iniciativas internas promovidas pela Deloitte, para partilha de conhecimento entre comunidades globais, estas mesmas ideias foram reforçadas com exemplos práticos de outros ecossistemas globais. Um exemplo é o caso da Uplink, uma plataforma de inovação aberta do World Economic Forum em parceria com a Deloitte e com a Salesforce, guiada pela crença fundamental de que os desafios da sociedade atual, em particular os efeitos mais graves das alterações climáticas, não podem ser resolvidos por uma única organização, mas têm antes de ser enfrentados coletivamente de modo a desencadear uma revolução de “ecopreneurs” dedicados à proteção do nosso planeta.

Iniciativas como esta mostram-nos como é possível potenciar a construção de ecossistemas de inovação para gerar um impacto tangível através de apoio diverso às start-ups, ligando vários stakeholders e promovendo uma comunicação transparente e aberta à escala global.

Todos estes programas destacam a importância de semear e construir relações, ligando start-ups a financiadores, sociedade e potenciais parceiros com competências-chaves que possam ser alavancados para acelerar a implementação de novas soluções – provando assim que uma abordagem multidisciplinar é essencial para enfrentar os problemas atuais de sustentabilidade, integrando as diversas dimensões de ESG – Ambiental, Social e Governance -, a fim de responder aos desafios mais urgentes.