O livro de José Sócrates, “A confiança no mundo”, sobre a prática da tortura em democracias, vendeu 16.539 dos pouco mais de 18 mil exemplares colocados em circulação desde outubro de 2013. De acordo com os dados fornecidos ao Observador pela Babel, editora da obra, foram impressas 18.372 cópias.

Segundo o semanário Sol, a maior parte dos exemplares teria sido comprada pelo próprio ex-primeiro-ministro, com a ajuda de Carlos Santos Silva e Gonçalo Ferreira. Ao primeiro, amigo de José Sócrates, foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva depois de ter sido detido no âmbito da operação Marquês e, de momento, encontra-se a cumpri-la no estabelecimento prisional da Polícia Judiciária, em Lisboa. Já o segundo, advogado de Santos Silva, ficou impedido de contactar os restantes arguidos e proibido de sair do país.

A notícia do Sol, publicada na passada semana, referia que, no total, um stock de 20 mil exemplares fora esgotado com dinheiro retirado de uma conta do Banco Espírito Santo. O antigo primeiro-ministro, alegadamente, teria sozinho comprado à volta de 10 mil exemplares, repartidos entre a primeira a quinta edição da obra.

O livro “A confiança no mundo” conheceu cinco edições. A última, de capa dura, foi colocada à venda no Natal de 2013 e vendeu 2.162 cópias das 3.972 impressas.

A apresentação da obra decorreu a 23 de outubro e juntou várias personalidades no Museu da Eletricidade, em Lisboa. Além de Mário Soares, ex-presidente da República, esteve presente Lula da Silva, antigo Presidente brasileiro, a par de Fernando Pinto Monteiro, procurador-geral da República entre 2006 e 2012, e Noronha Nascimento, ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça.

Outras figuras presentes foram os eurodeputados socialistas Vital Moreira e Edite Estrela, ou ex-ministros como Isabel Alçada, Jorge Lacão, Jorge Coelho, Mário Lino, Alberto Costa, Vera Jardim ou Gabriela Canavilhas.

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