As associações de pais e de estudantes, em conjunto com o Sindicato de Professores da Grande Lisboa, lançaram este sábado um abaixo-assinado exigindo a reposição de aulas e a suspensão dos exames nacionais. O mesmo documento vai percorrer as escolas do país.

A decisão foi tomada numa reunião do Movimento em Defesa da Escola que juntou, na Escola Secundária Camões, em Lisboa, cerca de duas dezenas de representantes de associações de pais e encarregados de educação (APEE). Foi Pedro Gomes, da direção da APEE do Agrupamento de Escolas do Alto do Lumiar, quem o garantiu à agência Lusa. Entre outros pontos, o abaixo-assinado pede a suspensão dos exames nacionais e a reposição de um mês e meio de aulas aos alunos, devido aos problemas resultantes dos erros na colocação de professores.

Outra preocupação, que vai estar expressa no documento, passa pelos cortes de 750 milhões de euros no setor no Orçamento de Estado, que comprometem as salas de multideficiência. Segundo Pedro Gomes, vai deixar de haver condições para receber crianças com deficiências profundas porque as verbas não são suficientes para pagar aos técnicos — “No nosso caso, são 56 miúdos que estão em causa”, afirmou. O abaixo-assinado vai percorrer as escolas até ao primeiro dia de aulas de janeiro, altura em que está marcada uma reunião para agendar uma manifestação nacional, que culminará com a entrega do documento na Assembleia da República.

Questionados sobre os resultados dos ‘rankings’ das escolas, Pedro Gomes considerou que os maus resultados dos estabelecimentos públicos se devem à política do Governo e do Ministério da Educação que “acabam por matar um bocadinho a educação a cada ano que passa”. Para o representante dos pais, as diferenças entre escolas públicas e privadas “acentuam-se cada vez mais” porque as privadas têm melhores condições e, sobretudo, “estabilidade, o que se reflete nas notas”.

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