Há bandas que são intemporais. Resistiram ao teste do tempo. Mas, infelizmente, a maior parte só esteve ativa num determinado período da história. E se fosse possível viajar no tempo? O mais próximo que temos de uma máquina do tempo são as reuniões dessas bandas intemporais.

Observador fez, com ajuda de algumas sugestões do Guardian, o levantamento de algumas das digressões de reunião mais memoráveis do século XXI.

Led Zeppelin

Quem diria que seria possível ouvir a Starway to Heaven em pleno século XXI? Os Led Zeppelin decidiram separar-se em 1980 quando o seu baterista Bonham morreu. Mas o lendário quarteto de rock ‘n’ roll voltou em 2007 para dar um concerto solidário em Londres, no O2 Arena. Jason Bonham, filho do falecido baterista, tomou o lugar do pai. Os bilhetes custavam 125 libras e só estavam disponíveis através de um sistema de lotaria. Mais de 20 milhões de pessoas tentaram a sorte.

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Beach Boys

A história dos The Beach Boys é longa e complicada. Eles juntaram-se na Califórnia, durante um verão de 1961, quando os irmãos Brian, Dennis e Carl Wilson combinaram formar uma banda com o seu primo Mike Love e com o seu amigo Al Jardino. Mas Brian sofria de transtornos psicológicos e Dennis e Carl morreram em 1983 e 1998, respetivamente. Os restantes membros vivos do grupo iam tocando ao vivo separadamente. Foi em 2012 que se juntaram para gravarem o álbum “That’s Why God Made Radio” e para uma anunciarem uma digressão.

Blur

Os Blur são um ícone da Britpop, movimento britânico popularizado nos anos 90, que começaram a tocar juntos em 1989 e terminaram em 2004. Entraram num hiato após a saída do guitarrista Graham Coxon. 4 anos depois, voltam para dois concertos que encheram o Hyde Park, em Londres. Lançaram dois novos singles, um documentário e foram em digressão, sendo cabeça de cartaz da cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2012 e dos principais festivais europeus. Em 2015, surpreenderam todos com um novo disco, o “The Magic Whip”, e vão estar no festival lisboeta Super Bock Super Rock.

The Specials

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Os The Specials, banda britânica impulsionadora do Ska, foram fundados em 1977 por Jerry Dammers. Entre 1979 e 1981 estavam na grande maioria dos tops britânicos, mas em 1984 o fundador Dammers decidiu terminar com o grupo. Ao longo dos anos, três dos membros do sexteto foram dando alguns concertos e até gravaram versões de estúdio sob o nome de The Specials. Mas, em 2008, seis dos 23 músicos que já tinham feito parte da banda, decidiram juntar-se para celebrarem os 30 anos da fundação. Foram em digressão em 2008, sem Jerry Dammers, o membro fundador. Estiveram em Paredes de Coura em 2008.

Fleetwood Mac

Os Fleetwood Mac são outra banda que recomeçou a carreira em várias ocasiões e com diferentes membros. Mas em 2013, Mick Fleetwood, John McVie, Lindsey Buckingham e Stevie Nicks juntaram-se para uma digressão mundial. O entusiasmo era tanto que os bilhetes britânicos da digressão esgotaram no mesmo dia em que foram postos à venda. Além disso Christine McVie voltou ao conjunto, 16 anos depois. Com um novo álbum na calha, espera-se também uma nova digressão este ano.

Pixies

Após o quarto álbum “Trompe le Monde”, os Pixies separaram-se em 1993, devido às tensões entre o cantor Black Francis e a baixista Kim Deal. Foram uma das bandas mais importantes da década de 80 e 90, marcando o Grunge. 11 anos depois do fim anunciado decidiram reunir-se para quatro concertos na Brixton Academy e esgotaram a capacidade do local em tempo recorde. Desde então que têm estado em digressão e lançaram em 2014 o álbum “Indie Cindy”. Estiveram em Portugal na edição de 2014 dos Primavera Sound do Porto.

Black Sabbath

Considerados por muitos como os fundadores do Heavy Metal, os Black Sabbath tiveram 25 membros diferentes ao longo de 44 anos de existência. Mas o quarteto original — Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward — foram-se reunindo em muitas ocasiões. Foi em 2011 que decidiram avançar com “13”, o primeiro novo disco em 18 anos. Apesar de tudo, Bill Ward abandonou a banda e Brad Wilk, dos Rage Against the Machine, tomou os comandos da bateria dos Sabbath.

The Police

O famoso trio londrino formado em 1977 por Sting, Andy Summers e Stewart Copeland pôs fim à união em 1986. Cada membro decidiu seguir projetos musicais diferentes, até se reunirem para uma digressão em 2007, celebrando o 30º aniversário da banda. O sucesso da digressão tornou-a na terceira mais lucrativa de sempre. Uma das paragens da tournée foi em Lisboa, no Estádio Nacional.

Stone Roses

Os The Stone Roses são uma das bandeiras do Madchester nos anos 80, que inclui bandas célebres como Joy Division, Happy Mondays ou The Smiths. Terminaram em 1996, após a digressão de um segundo disco não tão bem recebido e de zangas constantes entre o vocalista Ian Brown e o guitarrista John Squire. Após vários rumores de uma reconciliação entre Brown e Squire, a banda juntou-se em 2012 para uma digressão. Os primeiros concertos foram no Heaton Park, em Manchester, e os bilhetes esgotaram-se em 14 minutos. Foram cabeças de cartaz no NOS Alive de 2014.

Jesus and Mary Chain

A banda de shoegaze e post punk dos anos 80 separou-se em 1999, após conflitos entre os membros. Reuniram-se em 2007 para uma digressão que começou no Coachella, o festival californiano, tocando em palco com Scarlett Johansson, que fez um disco de covers de Tom Waits. Nesse ano passaram por Lisboa no Super Bock Super Rock, ao lado dos  Interpol, Bloc Party e Franz Ferdinand. Mais datas surgiram em 2012. Este ano celebram os 30 anos do seu magnum opus “Psychocandy” e são cabeças de cartaz do NOS Alive.

Texto editado por Filomena Martins.