Das pistas às ruas da cidade. As meias de compressão, usadas para evitar lesões musculares, tornaram-se uma peça indispensável entre os corredores urbanos. Se é adepto desta moda, atenção: afinal, estas meias podem não ajudar a prevenir danos musculares durante a corrida. Este é o resultado de uma experiência do grupo de investigadores do Laboratório de Fisiologia do Exercício da Universidade Camilo José Cela, em Espanha.

A eficácia destas meias — feitas de um material elástico de nylon e lycra e que aperta suavemente a perna desde os joelhos até aos gémeos — foi posta à prova pelos investigadores através de uma experiência levada a cabo na maratona Rock’n’Roll Madrid em 2013. Foram comparados os níveis de creatina kinase (CK) e mioglobina no sangue dos participantes antes e depois da corrida de 42 quilómetros, em dois grupos de controlo diferentes, cada um com 17 pessoas, sendo que um utilizava as meias compressoras e o outro não. Os dois indicadores permitem avaliar os danos musculares causados pelo exercício físico.

Os cientistas descobriram que “ambos os grupos demoraram o mesmo tempo a completar a maratona de três horas e meia de duração, e obtiveram os mesmos valores de fadiga e dano muscular.” Por isso, os investigadores concluíram que “não se pode argumentar que as meias sejam eficazes”.

Contudo, “o único efeito positivo [do uso das meias] relaciona-se com a recuperação, e não com o desempenho [durante a prova]”. O grupo que utilizou as meias compressoras “sentiu menos dores musculares no dia seguinte à prova”, afirmou o líder da investigação.

Os investigadores afirmam também que as meias de compressão são úteis para quem sofre de problemas de circulação e para aqueles que realizam trabalhos que impliquem estar muitas horas parados e de pé.

Se não se inclui num destes dois grupos, da próxima vez que for correr pode dispensar as meias de compressão.

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