Corpo em forma de um “s” e pele branca. Estas eram duas das características que faziam uma mulher atraente há um século, mais coisa menos coisa. O conceito de beleza feminina (mas também masculina) tem evoluído ao longo dos anos e longe vai o tempo em que ser-se moreno tinha uma má conotação, ao estar associado à pobreza e a longas horas de trabalho. Talvez por isso, e mesmo a chegar ao pico do verão, o espanhol ABC reuniu quatro características que ditavam, no século passado, o que era uma mulher bonita — um ideal muito longe do que hoje se ambiciona ver ao espelho.
1. Corpo em forma de um “s”
As mulheres do princípio do século XX procuravam ter o corpo na forma de um “s” ou de uma ampulheta, o que na altura era considerado atraente pela sociedade — tal implicava ancas largas e um peito volumoso. Para conseguir o tão desejado visual, as mulheres socorriam-se ao uso de espartilhos apertados que, não raras vezes, dificultavam a respiração. No entanto, eram esses mesmos espartilhos que davam a ideia de curvas femininas generosas, uma realidade que contraria a luta atual e quase diária por um corpo magro e tonificado.
2. Tez pálida
A mulher perfeita da primeira década de 1900 tinha uma tez pálida, ao contrário do bronze de verão que, por estes dias, é muito ambicionado. Acontece que, à época, ter um tom de pele mais escuro era sinónimo de trabalho de sol a sol, sinónimo de pobreza; já a tez branca era associada a uma mulher que ficava confinada às quatro paredes de uma mesma casa, onde podia gozar de uma boa qualidade (e estilo) de vida.
3. Cabelo volumoso e encaracolado
Há um século vivia-se uma transição no que a penteados diz respeito — em causa estavam o pompadour do século XIX (como quem diz topete, o que, por sua vez, significa a elevação do cabelo à frente) e os fios encaracolados no princípio do século XX. Essa mistura resultou em cachos de caracóis volumosos, sobre os quais se colocavam vários chapéus para evitar o sol e o bronze a ele associado — o pescoço, esse, ficava a descoberto. O jornal espanhol escreve que as características descritas tinham como objetivo fazer com que as mulheres se parecessem com… um cisne.
The Gibson Girl and Her America: The Best Drawings of Charles Dana Gibson (Dover Fine … – http://t.co/D2kdXTlX7J pic.twitter.com/hQeloelzBs
— Ebooknetworking.net (@BuyBookstore) November 22, 2014
4. Gibson girl
Todas essas características foram representadas em ilustrações do artista Charles Dana Gibson, cujos desenhos representavam o ideal de beleza feminino no início do século XX e que viriam a ser personificados com a criação da Gibson girl, uma figura se tornou num símbolo da época. O ABC lembra, no entanto, que o artista sempre argumentou que nunca inventou nada e que apenas se limitava a prestar atenção à moda que passava nas ruas.