O grupo Volkswagen enviou às autoridades alemãs o seu plano de ação para resolver o problema dos veículos a gasóleo envolvidos na manipulação das emissões de gases poluentes. E há motores que podem apenas vir a ser reparados a partir de setembro de 2016.

Segundo a agência Efe, o plano implica mudanças no ‘software’ dos motores de 2 litros, que vão já avançar em janeiro. Mas no caso dos motores de 1600 centímetros cúbicos, cujo software é mais recente, serão provavelmente necessárias reparações técnicas adicionais e mais tempo para resolver o problema.

O ministro dos Transportes da Alemanha, Alexander Dobrindt, revela que a solução técnica para estes motores, que estão instalados em 3,6 milhões de automóveis a diesel na Europa, não é esperada para antes de setembro de 2016. Por isso, segundo Dobrindt, será preciso esperar para ver quanto durará todo o processo.

Alexander Dobrindt referiu ainda que a Volkswagen cumpriu os prazos que tinham sido fixados e enviou às autoridades o calendário e as medidas previstas para solucionar o problema. Portugal, tal como outros países europeus, deverá também receber este plano, o que até ao início da noite de quarta-feira ainda não tinha acontecido.

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A solução proposta prevê a chamada de veículos às oficinas para reparações que serão feitas consoante os motores. O gabinete federal responsável por veículos motorizados precisa de uns dias para examinar o plano e tomar uma decisão “independente” sobre as medidas apresentadas, disse o ministro.

Numa entrevista publicada esta quarta-feira no jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, o novo líder do grupo Volkswagen, Matthias Mueller, avançou que o objetivo da empresa é começar em janeiro com as revisões e efetuar as reparações ao longo de 2016.

Apelo de Merkel: Não diabolizem a indústria automóvel

Entretanto, a chanceler alemã apelou para que o caso da marca alemã não resulte numa “diabolização” da indústria automóvel. Numa intervenção no Parlamento Europeu, Angela Merkel, lembra que estão em jogo milhares de empregos. O que não referiu foi a importância do setor para a economia alemã

O que aconteceu “na Volkswagen exige que seja feito um inquérito urgente, com toda a transparência e que a empresa o execute”, declarou a chanceler em resposta a uma interpelação da ecologista Rebecca Harms.

Mas, por favor, não utilizem isto para diabolizar o conjunto do setor automóvel, pondo em risco milhares e milhares de empregos na Europa”, acrescentou Merkel, que falava ao lado do presidente francês, François Hollande.