No Porto, no primeiro dia das jornadas “Portugal caminhos do futuro”, Paulo Portas manifestou-se “obviamente preocupado” com o facto de internacionalmente se estar a estabelecer a perceção de que o Governo de Portugal “está a ficar dependente de reuniões do comité central do PCP, que toda a gente sabe legitimamente é anti-euro, anti-União Europeia e anti-NATO”.

“Nós já conhecemos hoje a primeira notícia da geringonça. O tal aumento de pensões vai ser de 0,3%”, disse o também vice-primeiro-ministro, considerando que “o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista deviam corar de vergonha” pelo que disseram sobre a coligação no passado em relação a este tema.

Portas recordou: “Lembram-se do que eles diziam quando nós, apesar da ‘troika’, aumentámos sempre as pensões mínimas 1% ou mais, acima da inflação? E eles diziam é uma vergonha, é uma malga de sopa, é um café“.

Segundo o líder centrista, a proposta de um eventual Governo de esquerda é “aumentar as pensões de 262 euros, que são as pensões mínimas, em 0,3%, nós era 1% ou mais”.

O nosso aumento eram 37 euros por ano, o deles é 10 euros por ano. O aumento que eles acabam de anunciar, os tais 0,3%, não dá um euro por mês, são mais ou menos dois cêntimos por dia”, enumerou.

Na opinião de Paulo Portas “muitos portugueses moderados não gostam do que está a acontecer” e deixou um aviso: “quem quebra todas estas convenções abre um precedente e mais tarde ou mais cedo, quem quebrou as convenções será vítima da quebra das convenções que fez”.

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“Temos um governo projetado que vai depender das reuniões do comité central do PCP. Até nos governos provisórios antes da Assembleia da República eleita em 1976, estava lá o PPD para moderar os exageros”, recordou, considerando que “a guinada para os radicalismos excede o que aconteceu nos próprios governos provisórios”.

O líder do CDS-PP disse preferir “a legitimidade do povo à geringonça dos diretórios” e afirmou que nas eleições “a opção nunca foi entre os austeritários e os revolucionários”, como aliás o Syriza prova.

“Se voltarmos para trás, se tivermos défices excessivos, podem ter a certeza que a tolerância connosco será muito menor”, avisou, pedindo que as pessoas “não confiem em utopias porque eles saem muito caras ao contribuinte e ao desempregado”.