O Tesouro português fez mais um reembolso ao FMI, no valor de dois mil milhões de euros, neste mês de fevereiro – foi o primeiro pagamento de 2016. Segundo informação que está a ser enviada aos investidores, e que está no site da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), já foi reembolsado 36% do empréstimo concedido pelo FMI, que tem custos mais elevados do que os fundos europeus.

Nas novas estimativas do IGCP, além deste montante já reembolsado em fevereiro o Tesouro admite gastar mais 2,6 mil milhões em pagamentos antecipados ao FMI. Como estava no Orçamento do Estado, o valor total rondará, assim, os 4,6 mil milhões. Mas o cumprimento desses pagamentos adicionais “estará dependente das condições de mercado e da venda de ativos financeiros” – uma referência aos possíveis encaixes com a venda do Novo Banco (ou seja, recuperação do empréstimo ao Fundo de Resolução) ou com reembolsos dos empréstimos estatais aos bancos. O BCP, por exemplo, ainda tem 750 milhões de euros em obrigações que prevê pagar até ao final deste ano.

O IGCP revelou também, neste relatório, que os recursos injetados no Banif (diretamente, mais de 1.700 milhões) foram obtidos no mercado através de uma colocação privada ao abrigo do programa de EMTN. Estas colocações privadas distinguem-se dos leilões e das emissões sindicadas porque são colocações de dívida com acordo direto com investidores. O IGCP não revelou quais foram estes investidores nem o custo associados a estes títulos, que têm prazo a 10 anos.

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