São oito os membros da “nobreza vermelha” chinesa que estão envolvidos nos Panama Papers, através de empresas offshore criadas pelos seus familiares. Estão esta quarta-feira destacados no The Guardian e são eles Jia Qinglin, Xi Jinping, Zhang Gaoli, Li Peng, Bo Xilai, Zeng Qinghong, Tian Jiyune e Hu Yaobang. Não está comprovado, contudo, que a elite política tenha tido algum benefício com a atividade das empresas dos seus familiares.

Jia Qinglin é um dos líderes políticos com mais poder na China e a sua ligação aos Panama Papers surge através da neta Jasmine Li. Em dezembro de 2010, Jasmine tornou-se na única acionista de duas empresas sediadas nas Ilhas Virgêns Britânicas, quando tinha acabado de entrar para a Universidade de Stanford, nos EUA. O avô, por outro lado, era o quarto político com mais poder no país.

Não é o único. Nos documentos, surge também Deng Jiagui, cunhado do presidente chinês Xi Jinping; o genro de outro membro de topo da política, Zhang Gaoli; a filha de Li Peng, que supervisionou a retaliação contra os manifestantes da praça Tiananmen; Gu Kailai, mulher do político Bo Xilai, que está preso por corrupção e abuso de poder; o irmão do ex-vice presidente Zeng Oinghong; o filho do político Tian Jiyun; e o filho do ex-secretário geral do partido, Hu Yaobang.

Desde segunda-feira que o Governo chinês tem estado a tentar bloquear notícias e eliminar posts em redes sociais que estejam relacionados com estas famílias e com a investigação em curso. Já em 2014 alguns sites de órgãos de comunicação social, como o The Guardian, foram bloqueados por conterem notícias relativas a empresas offshores ligadas ao cunhado do presidente e à filha de Li Xiaolin.

Os documentos da Mossack Fonseca – que tem escritórios em oito cidades chinesas – mostram que a firma de advogados recebia taxas de cerca de 10.000 empresas ligadas a Hong Kong e à China.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR