De fenómeno a caso bicudo. Na quarta-feira, e depois de um momento de maior tensão, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, perdeu a calma, empurrou e deu cotoveladas a dois deputados canadianos em pleno Parlamento.

Depois de se aproximar de um grupo de parlamentares e de ter arrastado o conservador Gord Brown pelo braço para acelerar o processo de votação, o primeiro-ministro deu, aparentemente de forma involuntária, uma cotovelada à deputada Ruth Ellen Brosseau, da Nova Democracia.

O líder da oposição Tom Mulcair não perdeu a oportunidade e juntou-se ao coro de críticas. “Que tipo de homem dá uma cotovelada a uma mulher? É patético! Você é patético!”, atirou Mulcair, enquanto o caos se instalava no parlamento canadiano.

O primeiro-ministro acabaria por pedir desculpas momentos depois. “Admito que atingi [alguém] quando estendi o braço, incluindo alguém atrás de mim que eu não vi. Se alguém se sente atingindo pelas minhas ações, peço desculpa. Não era minha intenção fazer mal a ninguém”, garantiu o primeiro-ministro.

O comportamento de Trudeau foi prontamente condenado. “A força física nesta Casa nunca deveria ser permitida. Nunca é bem-vinda e é totalmente inapropriada”, atirou Peter Julian, da Nova Democracia. “Estou envergonhada depois de ter testemunhado este tipo de ato praticado pela pessoa que ocupa o cargo mais importante do nosso país”, reiterou Niki Ashton, também da Nova Democracia. O conservador Peter Van Loan juntou-se às críticas, escreve o The Guardian. “O primeiro-ministro agarrou, acotovelou e arrastou pessoas. Foi isso que aconteceu”, afirmou Van Loan.

A sessão acabou por ficar marcada pelos momentos de tensão inicial. À saída, o primeiro-ministro recusou-se a falar aos jornalistas. Filho do antigo primeiro-ministro Pierre Trudeau, defensor do aborto e do feminismo, tendo recentemente revelado que as próximas notas canadianas vão ter a figura de uma mulher, o Observador traçou-lhe um pequeno perfil no início de maio

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