Nove em cada dez grandes empresas japonesas temem que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) tenha um impacto negativo nas suas operações, segundo uma sondagem realizada pelo jornal económico Nikkei publicada esta terça-feira.

A consulta, levada a cabo entre os responsáveis de 123 grandes empresas japonesas, mostra que 88% dos inquiridos prevê que o Brexit prejudique a sua atividade comercial.

Entre os inquiridos, 34% antecipa um “impacto negativo”, e 54% estima que as consequências venham a ser “medianamente negativas”. Nenhum dos inquiridos espera efeitos favoráveis resultantes do abandono do Reino Unido da União Europeia.

Relativamente às consequências concretas do Brexit, 53% dos inquiridos acredita que vai ocorrer uma valorização do iene face a outras divisas, uma tendência prejudicial para o músculo exportador nipónico, enquanto 52% considerar que poder-se-á verificar um abrandamento da economia global.

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Além disso, um em cada quatro executivos consultados assinalou que contempla uma revisão das suas atividades empresariais em território britânico quando se efetivar a saída, segundo a consulta realizada pelo Nikkei.

Na segunda-feira, representantes patronais e das maiores empresas japonesas mantiveram uma reunião com o governo de Tóquio para discutir as suas perspetivas empresariais no cenário pós-Brexit.

O ministro da Economia, Comércio e Indústria, Motoo Hayashi, destacou após o encontro da necessidade de “estreitar a cooperação” entre os setores público e privado para “reduzir ao mínimo possível” os efeitos do Brexit nas empresas nipónicas.

O Japão conta com 1.380 empresas estabelecidas no Reino Unido, com o país asiático a figurar como o segundo maior investidor estrangeiro em território britânico, a seguir aos Estados Unidos.