O novo presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos vai ser ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao banco público. A esquerda uniu-se no chumbo à audição pedida pelo CDS na reunião de coordenação desta quarta-feira, mas os democratas-cristãos usaram o direito potestativo para a forçarem e querem que se realize rapidamente.

De acordo com João Almeida, deputado do CDS, a esquerda chumbou o pedido de audição de António Domingues por considerar que “está fora do objeto da Comissão”, mas este não é o entendimento dos democratas-cristãos. Estes argumentam que “a situação atual da CGD está dentro do objeto da Comissão”, pelo que se torna importante ouvir o atual presidente do banco. O presidente da CPI, o social-democrata José Matos Correia, ficou de marcar agora a data para que a audição ocorra e o CDS pede que isso aconteça “dentro de um prazo razoável e rápido”.

Matos Correia explicou, à saída da reunião de coordenação dos membros da comissão de inquérito, que vai insistir no pedido de documentação que foi recusada aos deputados por as instituições em causa terem considerado que isso violava o sigilo bancário. Os deputados da Comissão consideraram que se torna “muito difícil”, nas palavras do presidente, “desenvolver os trabalhos” sem a documentação que foi pedida antes das férias do verão. Matos Correia lembra mesmo que “as comissões de inquérito têm poderes equiparados aos das autoridades judiciais e estas recusas só podem acontecer em situações excecionais” e fala nas “recusas de todas as entidades visadas, com destaque para a Caixa Geral de Depósitos e o Banco de Portugal”. A comissão de inquérito “entende que a recusa não é aceitável”, por isso Matos Correia vai voltar a contactar as entidades em causa para voltar a pedir os documentos que interessam aos deputados.

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