Dieter Dehm, de 56 anos, é um político do parlamento alemão que, no final do mês de agosto, ajudou um refugiado ilegal africano a viajar de Itália para a Alemanha. O transporte do migrante foi feito na bagageira do seu carro.

Enquanto estava de férias em Lago Mayor, Itália, um amigo perguntou a Dehm se podia ajudar um refugiado, com menos de 20 anos e vindo de um país em guerra. A mãe dele tinha morrido e o pai estava na Alemanha. O objetivo era ir ter com ele. O político não resistiu em ajudar o jovem que, entretanto, já está reunido com o pai num local desconhecido, dentro da Alemanha, informa o El Español.

“Também tenho filhos e posso nem consigo imaginar o quão doloroso seria o meu filho não poder vir ver-me depois de perder a mãe”, explicou Dehm ao jornal espanhol.

Segundo o alemão, quando conheceu o rapaz este não dormia há muito tempo. O cansaço era tal que quando o levou para casa ele dormiu 20 horas seguidas. Depois de uns dias a cuidar do jovem, o deputado decidiu que estava na altura de levá-lo para ir ter com o pai.

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O jovem foi colocado na mala do carro e ambos seguiram em direção à Alemanha.

A viagem “ilegal” do político ficou conhecida devido às redes sociais. “Um dos que estava a ajudar o refugiado colocou um agradecimento no meu Facebook. O meu assistente que se ocupa da página — porque eu não entendo nada disso — apagou-o de imediato”, mas, no entanto, um jornalista viu a publicação e fez uma captura de ecrã em que é possível ver o jovem com as pernas de fora da bagageira do carro.

Em entrevista ao El Español, Dehm explicou que não é um ativista e que o que fez foi um ato de ajuda “espontâneo”.

Consequências

O transporte ilegal de pessoas para a Alemanha é ilegal e punido com uma multa em dinheiro. Mas, segundo Dehm, já várias pessoas foram ter com ele para o felicitar pela sua coragem e ação.

O político é muito crítico à política de acolhimento do seu país: “A política de refugiados do governo alemão é hipócrita. Por um lado tenta ser humana, porque não coloca limites à receção de refugiados, mas por outro sabe que há limites na capacidade de receber” essas pessoas. O político referia-se às habitações e às ajudas sociais.