A radicalização de adolescentes entre os 12 e os 18 anos nas escolas de subúrbios de Paris e outras cidades grandes em França cresceu 121%, de acordo com informação cedida pelos serviços de segurança franceses ao jornal Le Figaro. São agora perto de 2 mil os menores que estão identificados como potencialmente perigosos.

No último semestre, houve 37 jovens que foram condenados por delitos relacionados com ações terroristas, mostrando que há uma evolução da ameaça entre os mais jovens. No mesmo período de tempo, 17 adolescentes franceses morreram na Síria, em territórios controlados pelo Estado Islâmico.

Desde o ataque dos irmãos Saïd e Chérif à redação do jornal satírico Charlie Hebdo, houve outros seis ataques terroristas em França, que provocaram 230 mortos no total. De acordo com o que o especialista em ciência política, Filipe Pathé Duarte, disse ao Observador em julho, a radicalização que se vive em França tem muito a ver “com as políticas europeias dos anos 1980 e 1990, que favoreceram processos de auto segregação” das comunidades de migrantes.

António Nunes, presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo acrescentou na mesma altura que basta que estes jovens se filiem em determinado site para que sejam radicalizados à distância, porque é na internet que “aparecem estes lobos solitários que são muito mais difíceis de controlar do que uma rede”.

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