O primeiro-ministro da Islândia, Sigurdur Ingi Johannsson, renunciou, este domingo, ao cargo, na sequência dos resultados das eleições legislativas, que aconteceram este sábado. O Partido Progressista, do qual faz parte, conseguiu apenas oito assentos parlamentares em 63, e passou a ser a terceira força política do país, sendo superado pelo Partido da Independência (21 assentos), pelo Movimento Esquerda-Verde e pelo Partido Pirata (empatados com 10 assentos parlamentares).

Os partidos Regeneração, Futuro Brilhante e Aliança Social Democrata também conseguiram eleger deputados para o Congresso islandês.

O fraco resultado do partido nas eleições acontece seis meses após a renúncia do então primeiro-ministro Sigmundur David Gunnlaugsson, envolvido no caso dos “Panama Papers”, após a revelação de que possui bens dissimulados num paraíso fiscal. Na altura, milhares de islandeses foram às ruas para protestar contra Gunnlaugsson. No ciclo político anterior, o Partido Progressista e o Partido da Independência governaram em coligação.

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Segundo relata a agência Reuteurs, cabe ao presidente da Islândia, Gudni Johannesson, decidir qual partido deverá tentar formar Governo para resolver o impasse político.

O líder do Partido da Independência e atual ministro das Finanças, Bjarni Benediktsson, revelou à publicação que pretende dar um passo em frente e apresentar-se à investidura. Caso mantenha a coligação com o Partido Progressita, terá 29 assentos parlamentares, número insuficiente para ter maioria no Congresso (são necessários 32 deputados).

A aliança de partidos de centro-esquerda, formada pelos partidos Movimento Esquerda-Verde, Partido Pirata, Futuro Brilhante e Aliança Social Democrata, soma 27 assentos parlamentares e também não consegue alcançar a maioria.

Desta forma, o partido Regeneração poder ser chave para desbloquear o impasse político. O jornal Independence descreve que a formação centrista, criada por dissidentes do Partido da Independência, não assumiu um lado na disputa entre os dois grupos durante o processo eleitoral, mas tende a rejeitar o apoio a um eventual Governo do qual faça parte o Partido Pirata, devido às diferenças ideológicas entre os dois partidos.

Independentemente de quem assuma o Governo do país, os islandeses fizeram história este sábado. Segundo destaca a NPR, os islandeses elegeram 30 mulheres para o Parlamento em 63 representantes, tornando-se o país com o parlamento mais equitativo do mundo em relação ao género, sem um sistema de quotas.