Passos Coelho afastou este sábado, definitivamente, a hipótese do PSD apoiar a líder do CDS, Assunção Cristas, como candidata à câmara municipal de Lisboa nas próximas autárquicas. O presidente social-democrata começou por dizer que PSD e CDS “estão juntos em vários municípios. Noutros não, como é o caso de Lisboa.” Passos Coelho garante que o partido terá um candidato próprio: “Em Lisboa não haverá coligação e o PSD e o PSD não deixará de apresentar o seu candidato na capital”.

Chega assim ao fim a novela de apoio ou não a Assunção Cristas. Na quinta-feira o coordenador autárquico Carlos Carreiras já tinha dado pistas de que o nome escolhido não seria a líder do CDS ao dizer: “Não é provável que seja uma mulher“.

Nos últimos dias tem existido um autêntico chorrilho de nomes sobre quem seria o candidatos apoiado pelo PSD na corrida à capital. O advogado José Miguel Júdice, foi um dos nomes avançados como hipótese numa notícia do Público na última sexta-feira. No entanto, no mesmo dia, o antigo bastonário rejeitou essa possibilidade em declarações ao Observador. Júdice disse então que a possibilidade de ser candidato a Lisboa “não tem pés nem cabeça”.

O nome do vice-presidente do Benfica e consultor da TVI, José Eduardo Moniz, também foi apontado pelo Público. Dias depois a edição online da revista Sábado escrevia que Moniz tinha de facto sido convidado por Carlos Carreiras, mas tinha declinado o convite na última sexta-feira.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A hipótese Cristas chegou a ser ponderada, mesmo depois da concelhia do PSD em Lisboa ter negado essa hipótese durante meses. O apoio à líder do CDS até estava a ganhar força dentro do aparelho local do partido nos últimos dias, mas a palavra final, já se sabia era de Passos. E o líder do PSD disse “não” a Cristas, que até tinha piscado o olho ao PSD, de forma deliberada, nesse sentido.

Em entrevista ao Observador, a líder centrista disse que gostaria de contar com o apoio do PSD. “Se o PSD entender juntar-se ao nosso projeto para, juntos, afastarmos Fernando Medina, ficaria muito satisfeita.” Disse ainda que o PSD “estava à espera de Pedro Santana Lopes”, mas os “tempos mudam” .

A líder centrista diz que não compete ao CDS “pressionar um aliado” e que há conversas com o PSD dentro do respeito dos tempos de cada partido.” Sobre se falava do assunto com Passos, foi evasiva: “Cruzamo-nos muitas vezes no Parlamento.”

Já depois disso um dirigente do PSD-Lisboa, Luís Newton, lembrava, num artigo de opinião publicado no Observador, o exemplo vencedor de Krus Abecassis e negava que o PSD/Lisboa estivesse em bloco “contra a ideia de uma coligação de centro-direita”.