Em 1998, os licenciados em Portugal estavam a ganhar, em média, 1.518 euros líquidos por mês, mais 295 euros do que em 2016 (1.223 euros), isto considerando o poder de compra atual do salário à data. Ou seja, desde então o valor médio dos salários mensais líquidos de quem trabalha por conta de outrem e tem formação no ensino superior diminuiu 19,5%. Os dados, avançados pelo semanário Expresso, são do Instituto Nacional de Estatística (INE).

O valor mais alto, 1.568 euros, diz respeito ao ano de 2004, mas desde o começo da crise económica e consequente entrada da troika em Portugal que os salários têm vindo a descer. Escreve o Expresso que tal deveu-se aos cortes salariais na função pública, mas também ao aumento de impostos que se verificou e ainda à crise no mercado de trabalho.

O decréscimo dos salários de 1998 para cá não se verifica, no entanto, apenas na força de trabalho com ensino universitário e abarca também aqueles com ensino secundário e pós-secundário: se à data estes trabalhadores levavam para casa 865 euros mensais (valores líquidos), em 2016 levaram 777 euros — menos 88 euros.

A exceção prende-se com os trabalhadores menos qualificados: as pessoas com um nível de escolaridade até ao 9º ano recebiam, em média, 610 euros em 1998 e em 2016 receberam 639 euros.

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