Testes efetuados aos sobreviventes do ataque à povoação síria de Khan Sheikhoun, confirmaram o uso de gás sarin, anunciou esta terça-feira o ministro da Saúde turco, Recep Akdag.

De acordo com Akdag, citado pela agência de notícias turca Anadolu, foram recolhidas amostras de sangue e urina das vítimas que foram depois submetidas a testes, confirmando assim a utilização de armas químicas contra a população síria. Durante as declarações, o ministro apelou à comunidade internacional, pedindo que Bashar al-Assad fosse julgado como um criminoso de guerra.

O ataque aconteceu a 4 de abril e foi, desde logo, atribuído às forças de Bashar al-Assad. O presidente sírio acabou por admitir a autoria da ação militar garantindo, porém, que não tinham sido usadas armas químicas. Segundo a versão do presidente, a ação teria atingindo acidentalmente um depósito de armas químicas da Frente Al-Nosra (conhecida como a “Al-Qaeda da Síria”), que tinham sido contrabandeadas para a província de Idleb a partir da fronteira com o Iraque e a Turquia.

As explicações de Assad não convenceram a comunidade internacional. Donald Trump afirmou que não havia “dúvidas” de que a Síria “usou armas químicas proibidas” e, poucos dias depois, lançou um ataque contra base aérea de al-Shayrat, nos arredores de Homs, de onde terá sido lançado o ataque químico. A ação militar norte-americana, a primeira dirigida diretamente a Assad desde o início da guerra na Síria, há seis anos, provocou pelo menos nove mortos.

Estes resultados chegam uma semana depois de ter sido conhecido o relatório das autópsias feitas a três das vítimas do ataque, que também indicavam o uso do mesmo gás. Durante as declarações desta terça-feira, Akdag pediu ainda mais ação por parte da Organização Mundial de Saúde. “Já disse anteriormente, enquanto médico e ministro da Saúde, que a Organização Mundial da Saúde devia dizer alguma coisa”, afirmou.

De acordo com o último balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, divulgado no mesmo dia, o ataque químico de 4 de abril já provocou a morte de 86 pessoas, incluindo mulheres e crianças. Cerca de 160 ficaram feridas.

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