A 2ª Circular parou para assistir a um dérbi que muito iria dizer sobre a Primeira Liga portuguesa. O Benfica queria manter um lugar isolado na liderança do campeonato e o Sporting tinha a chama da esperança para manter. Fora de quatro linhas, uma terceira equipa estava de olhos postos no relvado de Alvalade: o empate no estádio sportinguista diminui a diferença de pontuações entre as águias e os dragões para apenas um ponto.
Os noventa minutos de dérbi trouxeram, no entanto, muitas queixas vermelhas e verdes. A (quase) todas elas, o árbitro Soares Dias encolheu os ombros porque não viu motivos para mostrar cartões ou expulsar atletas. O golo do Sporting, o primeiro do duelo, resultou de um penálti assinalado por Soares Dias. Mas devia Ederson, o autor da falta, ter sido expulso? Surgia o primeiro ponto de interrogação. Depois vieram todos os outros, mais três. Teriam as queixas dos jogadores razões de ser?
A bola está do seu lado agora. A análise ao jogo pode ser feita por si nas cinco votações que preparámos aqui em baixo. Decida que cartões deviam ter saído do bolso de Soares Dias e se algum jogador devia ter ficado fora das quatro linhas. Tome as decisões nos cinco tópicos seguintes.
Minuto 4
Assinalado penálti em Alvalade
Ederson derruba Bas Dost dentro da área. Artur Soares Dias não teve dúvidas e apitou de pronto. Tudo começou numa desmarcação de Jefferson desde a esquerda, que acabou nos pés de Luisão. Depois, o capitão do Benfica e Ederson foram trocando a bola entre si, uma vez, duas, mas à segunda o guarda-redes adiantou-a demasiado, Dost foi rápido a “roubá-la” e Ederson não teve outro remédio a não ser derrubar o holandês.
Uma má receção de Ederson e depois aqui a derrubar Bas Dost. O pénalti é claro. (Luís Freitas Lobo, Sport TV)
Minuto 4
Mas devia ter sido expulso?
É certo que Soares Dias ajuizou bem o penalty, mas o mesmo não se pode dizer da ação disciplinar: Ederson poderia ter sido expulso, pois nunca tentou jogar a bola e Dost isolava-se (Luisão estava distante dele) na direção da baliza… mas nem cartão amarelo viu, quanto mais vermelho.
O entendimento do árbitro para não mostrar o cartão vermelho ao jogador do Benfica é porque a bola não vai na direção da baliza. (Luís Freitas Lobo, Sport TV)
Minuto 30
O Benfica pede penálti. Mas penálti não houve
O Sporting tardava em tirar a bola da grande área, enquanto o Benfica insistia, insistia e voltava a insistir. Pizzi viu-se com a redondinha a jeito para o remate à entrada da área, chutou, mas a bola esbarraria em Coates. Nas pernas de Coates — e nem sinal de uma mão na bola. Soares Dias (e bem) deixou o jogo seguir.
Parece-me pacífica a decisão do árbitro. Não há nenhum momento, talvez a bola possa ter ressaltado ao bater na perna do jogador, mas nem é o caso. (Luís Freitas Lobo, Sport TV)
Minuto 40
O Benfica volta a pedir penálti. E agora tem razões de queixa
Pizzi colocou a bola nas costas da defesa do Sporting, Grimaldo foi mais veloz do que Schelotto, ganhou ao argentino, tocou a bola e foi derrubado. Ficou por assinalar.
Penso que sim, Grimaldo toca em Schelotto a tentar fazer o corte, mas já não chega à bola. (Luís Freitas Lobo, Sport TV)
Minuto 41
Não há duas sem três
E o Benfica volta a pedir falta dentro da área. Do canto de Pizzi, à direita, nada resulta. Mas a bola fica com Grimaldo no lado contrário, o espanhol cruza para o poste mais distante, Lindelof salta, toca na bola de raspão, e queixa-se a Soares Dias de que foi empurrado por Bruno César nas costas. Encosto do brasileiro há; o que se pode discutir é a intensidade deste.
Há ali um braço nas costas de Lindelof. O árbitro entende que é um passe normal, mas há ali um toque. (Luís Freitas Lobo, Sport TV)