Nicolás Maduro foi criticado pelos autores de ‘Despacito’ por usar a música para “propaganda” política. Luis Fonsi e Daddy Yankee utilizaram as suas redes sociais para criticar o presidente da Venezuela e acusá-lo de uso ilegal da música que é já a mais ouvida de sempre.

O presidente venezuelano serviu-se da canção como forma de apelar ao voto do povo para as eleições da Assembleia Nacional Constituinte, marcadas para o próximo domingo, dia 30 de julho. Este é o “remix” em causa:

https://www.youtube.com/watch?v=4681aJp9j3Y

Através do seu Instagram um dos autores e intérpretes, Luis Fonsi, criticou a versão não autorizada de Maduro do seu êxito ‘Despacito’. O cantor começa por dizer que, apesar de por vários momentos já ter desfrutado de várias versões mundiais do ‘Despacito’, deve haver um limite.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A minha música é para todos aqueles que querem ouvi-la e desfrutar, não para usá-la como propaganda que tenta manipular a vontade de um povo que está pedindo a gritos a sua liberdade e um melhor futuro”, lê-se na mensagem partilhada por Fonsi no Instagram.

View this post on Instagram

???????? ????????????????????????????????

A post shared by Luis Fonsi (@luisfonsi) on

Em nenhum momento me consultaram, nem eu autorizei o uso ou a alteração da letra de Despacito para fins políticos, muito menos no meio da deplorável situação que vive um país de que gosto tanto”, lê-se ainda na publicação.

Também o co-autor de ‘Despacito’, Daddy Yankee, acusa o presidente venezuelano de “burla” para com o povo da Venezuela e fala num aproveitamento “ilegal da canção”.

Apropriares-te ilegalmente de uma canção (‘Despacito’) não se compara com o crime que cometes na Venezuela. É uma burla, não só para os meus irmãos venezuelanos, como para o mundo inteiro, do teu regime ditatorial“, começa por acusar na sua conta de Instagram.

View this post on Instagram

¿Qué se puede esperar? de una persona que le ha robado tantas vidas a jóvenes soñadores y a un pueblo que lo que busca es un mejor futuro para sus hijos. Que te apropies ilegalmente de una canción (Despacito), no se compara con el crimen que cometes y has cometido en Venezuela. Es una burla, no tan solo para mis hermanos venezolanos, sino para el mundo entero su régimen dictatorial. Con ese nefasto plan de mercadeo, usted solo continuará poniendo en evidencia su ideal fascista, que ha matado a cientos de héroes y más de 2000 heridos. Como co-autor del tema, también me uno a las expresiones de la co-autora de la canción "Despacito" @erikaender. #NoAprobado #BastaYa #venezuelalibre ????????

A post shared by Daddy Yankee (@daddyyankee) on

Com esse desastroso plano económico, só continuará a pôr em evidência o seu ideal fascista, que já matou centenas de heróis e fez mais de 2000 feridos”, continua Yankee.

A terceira co-autora do êxito, Erika Ender, também se juntou aos protestos. Mostra-se indignada e não aprova esta utilização que diz ser “sem permissão para publicitar campanhas vinculadas a um regime que tem causado descontentamento e sofrimento a um país”.

Pelo menos uma centena de pessoas já morreu nos protestos contra Maduro que já decorrem desde abril. Esta semana, quarta e quinta-feira, há mais dois dias de greve geral, antes da eleição de domingo para a Constituinte que visa dar mais poderes ao governo de Maduro.

Na semana passada, ‘Despacito’ tornou-se na música mais ouvida de sempre na Internet e já conta com várias paródias. Já no início do mês, o Observador falou com Luis Fonsi, um dos autores deste sucesso.

Entrevista a Luís Fonsi. Como ele criou o fenómeno viral da canção “Despacito” em 4 horas