Luís Pina, o adepto do Benfica que terá atropelado mortalmente o italiano Marco Ficini na véspera do dérbi da última temporada e que se encontra em prisão preventiva, foi acusado, esta segunda-feira, de homicídio qualificado na forma consumada e vai ser levado a julgamento, segundo avança o semanário Sol. A isso acrescem ainda mais quatro crimes de homicídio na forma tentada e um de omissão de auxílio.

Luís Pina indiciado por cinco crimes

Outros 21 adeptos que também terão estado envolvidos nos confrontos na madrugada de 24 de Abril também vão ser levados a julgamento, pelos crimes de participação em rixa, dano com violência e omissão de auxílio.

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Marco Ficini, de 41 anos, foi o adepto italiano da Fiorentina que, na madrugada de 24 de Abril, foi atropelado mortalmente nas imediações do Estádio da Luz. Apesar de apoiar a equipa viola, estava em Portugal para apoiar o Sporting, que ia jogar com o Benfica no dia do atropelamento (fazendo justiça à tradição histórica que une os clubes).

Ficini pertencia à claque 7Bello, grupo ligado à Fiorentina que costuma apoiar o Sporting. Esta demonstração de solidariedade entre a equipa portuguesa e a transalpina tornou-se tradição há cerca de 20 anos, quando o clube italiano veio a Lisboa jogar contra o Benfica numa partida a contar para a Taça dos Vencedores das Taças. Nesse jogo, alguns elementos da Juventude Leonina e da Torcida Verde juntaram-se aos apoiantes do clube viola. Desde então, é bastante comum haver esta troca de apoio em jogos grandes.

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Ao que tudo indica, os confrontos que vitimaram Marco Ficini decorreram perto do Estádio da Luz, envolveram elementos da Juventude Leonina e dos No Name Boys, claques do Sporting e do Benfica, respetivamente, e terão começado junto ao Estádio José Alvalade, onde tudo terá tido início.

“No essencial está indiciado que, durante a madrugada, nas imediações do Estádio de José de Alvalade e a Rua Padre Cruz, um grupo de adeptos benfiquistas confrontou-se com um grupo de adeptos sportinguistas. Durante os confrontos e perseguições desencadeadas um dos arguidos, adepto de um clube, embateu com o seu veículo e passou por cima do corpo da vítima, adepto de outro clube, provocando-lhe lesões que foram causa directa e necessária da sua morte, tendo abandonado o local sem lhe prestar qualquer auxílio”, explica o comunicado emitido esta segunda-feira pela Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).

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De referir que, caso seja condenado no atual processo, Luís Pina pode ter de cumprir pena efetiva de um ano e quatro meses, que estava suspensa pela rixa em que esteve envolvido em 2011. Como o Observador avançou, no seguimento de confrontos registados antes de um dérbi, o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa deduziu acusação a 16 elementos da Juventude Leonina e a dois dos No Name Boys, um dos quais Luís Pina, pelo que ocorreu dentro e fora de Alvalade. Resistência e coação, ofensas à integridade física, participação em rixa, detenção de arma proibida e arremesso de objetos foram os cinco crimes envolvidos na altura.

Futebol. Luís Pina já tinha sido apanhado numa rixa em Alvalade